Ao julgar procedente a Ação Penal 2.668, Cármen Lúcia lavou a alma de milhões de brasileiras; deputadas destacam voto histórico da ministra do STF

Durante o histórico julgamento da  Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) acerca da Ação Penal 2.668 coube à única ministra da Corte, Cármen Lúcia, proferir o voto que formou maioria para a condenação de Jair Bolsonaro. Quis a história ser digna dos melhores enredos tal qual as tragédias romanas. Portanto, ele, que sempre humilhou, destratou, e ofendeu as mulheres, viu o seu destino ser traçado por uma.

Com um voto forte, mas cheio de simbolismos, a ministra afirmou que “nesta Ação Penal pulsa o Brasil que me dói. A presente Ação Penal é quase um encontro do Brasil com o seu passado, com o seu presente e com o seu futuro.”

Como bem disse, em agosto de 2016, a ex-presidenta Dilma Rousseff, que viu Bolsonaro homenagear o torturador Brilhante Ustra durante a votação do Impeachment, “A história será implacável com aqueles que se julgam vencedores”.

Tal fato foi relembrado pela Ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, em seu perfil no X:

A governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra, enalteceu a figura da magistrada ao dizer que “a ministra Cármen Lúcia  honra a presença feminina no Supremo Tribunal Federal.”  Ela afirmou ainda que “a condenação de Jair Bolsonaro e do golpismo é a condenação daqueles que defendiam a volta da ditadura embalada na defesa da liberdade de expressão. ditadura nunca mais. Viva a democracia.”

A secretária nacional de Mulheres do PT, Anne Moura, também comentou o papel da ministra Cármen Lúcia.

Deputadas destacam voto histórico da ministra

A deputada federal Benedita da Silva (PT-RJ) destacou o caráter simbólico do voto da minista  ao afirmar “tem outro valor histórico, pois condenou um criminoso machista que se refere ao sexo feminino como “fraquejada”.

O mesmo foi pontuado pela deputada federal Ana Pimentel (PT-MG). “A ministra Cármen Lúcia, única mulher no Supremo Tribunal Federal – e mineira -, foi decisiva em um julgamento histórico para o Brasil. Seu voto reafirma o que nunca podemos esquecer: nenhum projeto autoritário está acima da Constituição e da democracia.”

Denise Pessoa, deputada federal pelo estado do Rio Grande do Sul, destacou a frase da ministra Cármen, que já consta nos anais da história do movimento feminista brasileiro, onde ela muito bem afirmou que as mulheres querem ter voz, por já terem sido silenciadas por muito tempo.

A história é fundamental para manter vivos os fatos. Portanto, não se pode esquecer que a deputada Maria do Rosário (PT-RS) foi uma das maiores vítimas da conduta machista e misógina de Bolsonaro, enquanto ele era deputado federal.

Infelizmente, foi com Rosário, que o agora condenado realizou um dos episódios mais grotescos perpetrados por ele. Em 11 de novembro de 2003, o líder da extrema direita ofendeu e xingou a companheira petista, além de ameaçá-la ao dizer a terrível frase “jamais estupraria você por que você não merece”. Em outro momento, em 9 de dezembro de 2014, o condenado voltou a atacar Maria do Rosário com o mesmo teor: “não a estupraria porque ela não merece”. Ver a justiça sendo feita, após estes lastimáveis capítulos da história – onde uma parlamentar petista foi vítima de tantas atrocidades – é histórico e reparador.

“Com o voto da Ministra Cármen Lúcia, o STF alcança maioria para condenar Bolsonaro e os outros 7 acusados por organização criminosa. A Justiça avança e a democracia respira”, comemorou a parlamentar gaúcha.

A deputada federal Dandara Tonantzin (PT-MG) reforçou a importância do julgamento “que condenou, pela primeira vez, agentes do Estado que tramaram golpe de estado.”

Carol Dartora, única deputada federal negra eleita pelo Paraná, também se manifestou sobre o voto histórico da ministra Cármen.

A deputada federal Lenir de Assis (PT-PR) celebrou a inédita condenação dos cinco militares, e reforçou que “o Brasil não admite mais a impunidade desses atos, que no passado mergulharam o país em mais de duas décadas de ditadura militar.”

Camila Jara (PT-MS) reforçou que o julgamento representou “a justiça sendo feita.”

Da Redação do Elas por Elas

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Last Update: 12/09/2025