Após a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de cortar a verba destinada aos programas de HIV, a OMS (Organização Mundial da Saúde), falou sobre o assunto e afirmou que isso pode representar uma “ameaça global”.
Os programas de cuidado contra o vírus beneficiam principalmente as pessoas de média e baixa renda, podendo ser nativos de qualquer país, inclusive do Brasil.
Em uma nota oficial, a OMS declarou que esta alteração afeta diretamente diversas iniciativas, incluindo o Plano de Emergência do Presidente dos Estados Unidos para o Alívio da AIDS (PEPFAR, na sigla em inglês), por isso, mais de 30 milhões de vidas por todo o mundo correm risco, por dependerem das terapias antirretrovirais essenciais.
“Essas medidas, se prolongadas, podem levar ao aumento de novas infecções e mortes, revertendo décadas de progresso e possivelmente levando o mundo de volta aos anos 1980 e 1990, quando milhões morreram de HIV a cada ano, incluindo muitos nos Estados Unidos”, afirmou a organização.
Além do corte no financiamento, Trump também decretou que todos os países com que o PEPFAR trabalha (mais de 50) estão proibidos de distribuir medicamentos contra o HIV, mesmo que haja estoque disponível, já que os mesmos foram adquiridos com a ajuda dos EUA. Devido a isso, foram constatados fechamentos de clínicas especializadas e até a suspensão de atendimentos em países da África.
“Pedimos ao governo dos Estados Unidos que conceda isenções adicionais para garantir a entrega de tratamento e cuidados essenciais para o HIV”, acrescentou a OMS.
Na África do Sul, os serviços oferecidos por ONGs foram suspensos, por conta do corte. Já na Nigéria, estima-se que a perda de US$390 milhões anuais (aproximadamente R$1,9 bilhão) afetará os serviços de saúde, segundo informações do G1.
O PEPFAR também prestava auxílio ao Brasil, que financiou serviços para o acesso aos autotestes em diversas capitais do país, além de também colaborar com outras instituições como a Fiocruz, a fim de realizar projetos de conscientização e prevenção.
“O PEPFAR trabalha em mais de 50 países ao redor do mundo. Nas últimas duas décadas, o financiamento do PEPFAR salvou mais de 26 milhões de vidas. Atualmente, o PEPFAR fornece tratamento para o HIV a mais de 20 milhões de pessoas que vivem com HIV em todo o mundo, incluindo 566.000 crianças com menos de 15 anos de idade”, disse a OMS.