O esquema de corrupção no INSS foi iniciado em 2019, durante o governo Jair Bolsonaro, afirmou o líder Lindbergh Farias
O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), denunciou hoje (23/4) que o esquema de corrupção no INSS foi iniciado em 2019, durante o governo Jair Bolsonaro. A declaração foi dada em resposta a manipulações do caso feita por bolsonaristas no plenário da Câmara e nas redes sociais.
“Não venham com conversa, os senhores estão esquecidos da ação do Bolsonaro para interferir na Polícia Federal para esconder a rachadinha do Flávio Bolsonaro? Os senhores não têm autoridade para esse discurso”, disse o líder do PT.
Ele lembrou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, assim que assumiu o cargo, em 2023, nomeou Vinícius de Carvalho para ser ministro da Controladoria-Geral da União. A partir dali, a Polícia Federal foi acionada e começou uma investigação sigilosa que desbaratou todo o esquema, que prejudicou seis milhões de pessoas, com descontos associativos não autorizados em aposentadorias e pensões.
De 2019 a 2024, os descontos associativos, autorizados ou não, chegaram ao valor de R$ 6,3 bilhões.
PEC da Segurança
Por outro lado, Lindbergh enfatizou a importância da PEC da Segurança, enviada pelo governo ao Congresso Nacional e criticada pela oposição de extrema-direita por permitir, entre outras coisas, a atuação da PF nos estados.
“Hoje em dia, a Polícia Federal só pode entrar se houver federalização. A partir dessa PEC, poderá atuar contra o PCC e as milícias do Rio de Janeiro, que sempre foram protegidas por Bolsonaro”, explicou o líder do PT.
A PEC da Segurança constitucionaliza o Sistema Único de Segurança Pública, promove uma integração entre os órgãos do setor e, conforme lembrou Lindbergh, um dos principais avanços é o poder à PF para atuar contra milícias e organizações criminosas com atuação interestadual e transnacional.
Sem Anistia
O parlamentar acusou a oposição de priorizar a anistia a investigados por tentativas de golpe de Estado no governo anterior, entre eles o general Mário Fernandes, denunciado por ser um dos que planejaram a Operação Verde e Amarelo, para assassinar Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. “Eles querem anistiar quem tentou matar autoridades? Isso é crise institucional”, denunciou.
Ele rechaçou a possibilidade de o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB) pautar a votação do PL da Anistia, para beneficiar tanto os terroristas que depredaram as sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023 como também os articuladores do movimento para abolir o Estado Democrático de Direito, como Jair Bolsonaro e generais de seu entorno.
O líder do PT informou que estão protocolados 2.246 requerimentos de urgência na Mesa da Câmara. “E, em sua opinião, colocar o PL da Anistia para ser votado seria uma tremenda irresponsabilidade”.
Para Lindbergh, o projeto, se pautado, pode gerar uma crise de enormes proporções com o STF. “O julgamento nem começou e eles querem já anistiar. Anistiar o (general) Mario Fernandes? Anistiar o (general) Braga Netto? Eu sei que vocês estão desesperados, o PL e Bolsonaro, só que vocês não têm o direito de puxar esta Casa legislativa para esse desespero e colocar o País em uma violenta crise institucional!”
Pauta positiva
Ele cobrou a adoção de uma pauta positiva nos trabalhos da Câmara dos Deputados, citando, por exemplo, o projeto de lei (PL 1.087/2025) que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda para R$ 5 mil e embute justiça tarifária, com taxação das camadas mais ricas da sociedade. Apontou também a medida provisória (MP 1292/2025) do crédito consignado, que tem o potencial de beneficiar 40 milhões de brasileiros, além de outras medidas com impacto direto na vida do povo brasileiro, com redução da jornada de trabalho 6X1 e o Plano Nacional de Educação.
Redação PT na Câmara