Iniciativa reflete tendência global e reforça o papel estratégico da estatal na sustentabilidade no setor público
Em 9 de dezembro de 2024, os Correios anunciaram a incorporação de 50 veículos Peugeot e-Expert elétricos, destinados à entrega de remessas na última milha em cidades estratégicas como São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e o Distrito Federal. Com autonomia de até 289 km e motor elétrico de 136 cavalos, esses veículos representam o início de um projeto mais amplo, que prevê a aquisição de 5 mil veículos elétricos até 2025.
Essa eletrificação da frota faz parte do projeto estratégico “Correios do Futuro”, que busca transformar a estatal em referência de eficiência e sustentabilidade no setor público. As vans elétricas, desenvolvidas pela Stellantis, serão recarregadas em estações inteligentes fornecidas pela WEG, otimizando custos e reduzindo impactos ambientais.
Os Correios do Brasil seguem uma tendência global de modernização e eletrificação. Nos Estados Unidos, o Serviço Postal investirá US$ 482 milhões para eletrificar sua frota, com a meta de 165 mil veículos elétricos até 2031. Na Europa, os CTT – Correios de Portugal já operam com 418 veículos elétricos, consolidando-se como referência em neutralidade de carbono. Na Alemanha, o Deutsche Post DHL foi pioneiro ao desenvolver sua própria frota elétrica, a StreetScooter, que conta com milhares de unidades em operação, reduzindo significativamente as emissões do setor logístico.
Iniciativas como a dos Correios brasileiros demonstram que é possível aliar inovação tecnológica e sustentabilidade no setor público. A eletrificação da frota contribui diretamente para a redução das emissões de carbono, alinhando a estatal ao Acordo de Paris e aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU.
Em um cenário em que o Brasil se prepara para sediar a Conferência Mundial do Clima (COP30) em 2025, medidas como essa ganham ainda mais relevância. A liderança dos Correios reforça que a sustentabilidade pode ser um pilar estratégico para o setor público, consolidando o papel da empresa no desenvolvimento de soluções inovadoras e ambientalmente responsáveis.
Opinião de Ronaldo Leite, secretário de Assuntos Internacionais da FINDECT e secretário-geral da CTB.