A Polícia Federal afirma ter reunido indícios que apontam a existência de uma “grande estrutura” na prefeitura de Duques de Caxias (RJ) para praticar o crime de inserção de dados falsos de vacinação contra a Covid-19 em sistemas do Ministério da Saúde.
Por isso, pediu ao Supremo Tribunal Federal, nesta quinta-feira 18, a abertura de uma investigação apenas sobre esses fatos. Até agora, as diligências ocorrem no âmbito de um inquérito que apura se o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e auxiliares foram beneficiados pelo suposto esquema.
A investigação já em curso é um dos braços do inquérito das milícias digitais, englobando diversas frentes de apuração relacionadas à existência de grupos criminosos que produzem e disseminam notícias fraudulentas para atentar contra a democracia.
Os investigadores disseram ao Supremo que as provas obtidas mostram que a falsificação nos dados de vacinação vai além da associação criminosa caracterizada no caso de Bolsonaro e tem o objetivo de beneficiar um número indeterminado de pessoas, especialmente ligados ao grupo político e familiar no município fluminense.
A solicitação da PF foi encaminhada ao gabinete do ministro Alexandre de Moraes. No início deste mês, investigadores cumpriram mandados de busca e apreensão contra servidores lotados na prefeitura de Caxias. Um dos alvos foi o ex-prefeito Washington Reis (MDB), que nega qualquer envolvimento no suposto esquema.
Em março, Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid e outras 15 pessoas foram indiciados pelos crimes de associação criminosa e inserção de dados falsos em sistema de informação.