O ex-presidente Jair Bolsonaro elaborou um plano de golpe de Estado e fuga 19 meses antes da eleição de 2022, segundo a Polícia Federal. No relatório final, a corporação aponta que um documento que previa ruptura democrática foi encontrado no computador de Mauro Cid, seu ex-ajudante de ordens que fez um acordo de delação premiada.
O plano foi elaborado em 22 de março de 2021 e trazia slides com a previsão de militares em “estruturas estratégicas” para inibir a ação do Poder Judiciário. A ideia era ocupar “instalações, serviços, bens e sistemas que, se forem interrompidos ou destruídos, provocarão sério impacto social, ambiental, econômico, político, internacional ou à segurança do Estado e da sociedade”, segundo o documento.
A apresentação ainda apontava que Bolsonaro deveria respeitar decisões judiciais em três casos: intervenção do Supremo Tribunal Federal (STF) no Poder Executivo, cassação da chapa de Bolsonaro e veto da Corte ou do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ao projeto de voto impresso que tramitava no Congresso Nacional à época.
“Um dos objetivos era a ocupação de estruturas estratégicas por militares que tivessem aderido ao intento golpista, para mostrar apoio ao então presidente Jair Bolsonaro e com isso, possivelmente, inibir qualquer ação do Estado decretada pelo Poder Judiciário”, diz a PF.
O documento também antecipava uma fuga de Bolsonaro caso o plano fracassasse. “Os militares golpistas criariam uma rede de auxílio para acolher o ex-presidente e conduzi-lo para fora do território nacional”, relata o relatório da PF.
“Se evidencia a utilização de técnicas militares pelos investigados contra o próprio Estado brasileiro com o objetivo de garantir a fuga de Jair Bolsonaro caso a tentativa de Golpe de Estado fosse frustrada”, prossegue o documento.
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