O coronel João Paulo de Souza, chefe do centro de inteligência da Polícia Militar de São Paulo, declarou que há indícios de interferência do crime organizado no processo eleitoral em várias regiões do estado, com maior foco em municípios menores.
Em uma declaração recente, o coronel destacou que a Polícia Militar está dedicando todos os esforços para combater a interferência de facções criminosas nas eleições municipais. De acordo com ele, esses indícios são particularmente fortes em pequenas cidades, onde os recursos são limitados, tornando esses locais mais vulneráveis.
João Paulo citou uma investigação em Mogi das Cruzes, onde foram encontradas evidências documentadas de interferência. Ele também mencionou que, embora os indícios sejam menos evidentes na capital paulista, o risco de interferência continua presente em diversas áreas do estado.
O coronel revelou que a inteligência da Polícia Militar recebeu informações sobre o financiamento de campanhas eleitorais pelo PCC em cidades menores. João Paulo explicou que a facção criminosa segue uma lógica semelhante à das máfias italianas, infiltrando-se em esferas políticas e econômicas com um nível de sofisticação que dificulta a distinção entre atividades legais e criminosas.
A Polícia Militar está em operação conjunta com o Tribunal Regional Eleitoral, focada em identificar e combater qualquer tentativa de interferência criminosa no processo eleitoral. Segundo João Paulo, o volume de material investigativo recebido pela corporação tem aumentado, o que reforça a necessidade de uma vigilância constante em todo o estado.
Ele também mencionou uma operação no Guarujá, onde duas pessoas ligadas ao PCC foram identificadas como tendo conexões com a administração municipal. Esse caso, que incluiu o assassinato de um indivíduo vinculado à facção durante uma saída temporária, está sendo investigado pela Polícia Federal e gerou novas preocupações sobre a extensão da influência do crime organizado no processo eleitoral.