A coronel da Polícia Militar do Distrito Federal Cíntia Queiroz afirmou nesta terça-feira 27 ao Supremo Tribunal Federal que os atos golpistas de 8 de Janeiro de 2023 não teriam acontecido se o planejamento de segurança fosse seguido.
Ela prestou depoimento como testemunha de defesa de Anderson Torres, ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro (PL) e, a exemplo do ex-presidente, um dos réus do “núcleo crucial” da tentativa de golpe de Estado. À época dos ataques às sedes dos Três Poderes, Torres era secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, mas estava de férias nos Estados Unidos.
Cíntia Queiroz era subsecretária de operações no início de 2023. Segundo ela, o plano de segurança previa a chegada de cerca de duas mil pessoas em caravanas e determinava que os manifestantes não poderiam entrar na Esplanada dos Ministérios.
Questionada pela defesa de Torres se as invasões ocorreriam em um cenário de cumprimento do plano, a coronel respondeu: “Não, com certeza, não”.
O STF, sob o comando do relator da ação penal, Alexandre de Moraes, ouvirá até 2 de junho as testemunhas listadas pela acusação e pelas defesas dos acusados.
Veja a lista de oito réus que compõem o “núcleo crucial” do golpe, segundo a Procuradoria-Geral da República:
- Jair Bolsonaro, ex-presidente da República;
- Walter Braga Netto, general de Exército, ex-ministro e candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro;
- Augusto Heleno, general de Exército e ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional;
- Alexandre Ramagem, deputado federal e ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência;
- Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de segurança do DF;
- Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
- Paulo Sérgio Nogueira, general do Exército e ex-ministro da Defesa;
- Mauro Cid, tenente-coronel, delator e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
(Com informações da Agência Brasil)