O presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk-yeol, do grupo de centro-direita Partido da Nova Coreia, decretou nesta terça-feira (3) lei marcial em todo o país. A medida impõe severas restrições às liberdades civis, proíbe atividades políticas e transfere o controle de várias funções governamentais para as Forças Armadas. Tropas já tomaram as ruas de Seul e bloquearam o acesso ao Parlamento. Enquanto isso, os opositores descrevem as medidas como um golpe de Estado.
Yoon justificou a decisão alegando a necessidade de proteger a ordem constitucional contra supostos aliados da Coreia do Norte dentro do território sul-coreano. “Declaro lei marcial para erradicar as forças antiestatais pró-Coreia do Norte que ameaçam a liberdade e a felicidade do nosso povo”, afirmou em pronunciamento transmitido em rede nacional.
🇰🇷 URGENTE: Presidente da Coreia do Sul declara lei marcial para combater as “ameaças representadas pelas forças comunistas da Coreia do Norte” e ordena o fechamento do Congresso sul-coreano.pic.twitter.com/jVC5V2fSxd
— Eixo Político (@eixopolitico) December 3, 2024
O decreto gerou reações imediatas. A oposição, que domina o Parlamento, classificou a medida como inconstitucional e acusou Yoon de tentar consolidar poder absoluto. O líder oposicionista Lee Jae-myung afirmou que a lei marcial equivale a um golpe e convocou protestos nacionais.
Mesmo entre aliados de Yoon, a decisão gerou críticas. O ex-ministro da Justiça Han Dong-hoon se opôs publicamente, declarando que usará os mecanismos legais para reverter o decreto.
Internacionalmente, a Casa Branca informou que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, está monitorando a situação de perto, dada a aliança estratégica entre Washington e Seul. A crise ocorre em um momento de tensão regional, com a Coreia do Norte intensificando sua retórica militarista e fortalecendo laços com Rússia e China.
A imposição da lei marcial é a primeira desde o fim da ditadura militar sul-coreana nos anos 1980. Yoon, que enfrenta forte resistência no Congresso e viu sua popularidade despencar para 19%, segundo a Gallup Korea, justificou a medida como resposta a supostas ações da oposição para inviabilizar seu governo, incluindo a rejeição ao orçamento federal e uma moção contra procuradores de Estado.
A Bolsa de Seul pode permanecer fechada nesta quarta-feira (4), enquanto o won, moeda local, sofreu forte desvalorização em relação ao dólar. Especialistas temem que a instabilidade política afete de forma duradoura a economia sul-coreana, uma das mais dinâmicas do mundo.
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