Por unanimidade, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu, nesta quarta-feira (18), elevar a taxa básica de juros da economia (a Selic) de 14,75% para 15% ao ano, a segunda mais alta do mundo e o encargo mais oneroso ao país desde 2006, primeiro mandato do presidente Lula. Essa também é a sétima vez seguida que o BC opta por aumentar a Selic.
Apesar de catastrófica para a economia, a política monetária contracionista do BC pode ser revertida na próxima reunião, a se confirmar o cenário esperado, conforme indicou o Copom em comunicado à imprensa.
No próximo encontro, previsto para o fim de julho, os diretores vão deliberar se a alta dos juros, “considerando a sua manutenção por período bastante prolongado, é suficiente para assegurar a convergência da inflação à meta”.
“O Comitê enfatiza que seguirá vigilante, que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados e que não hesitará em prosseguir no ciclo de ajuste caso julgue apropriado”, afirma o comunicado.
O novo aumento da Selic foi justificado pelas condições internacionais adversas, principalmente nos Estados Unidos. O líder do PT na Câmara, Lindberg Farias, criticou o aumento e disse que a decisão é inaceitável. “Não dá pra aceitar como normal o novo aumento da Selic pelo Banco Central. A taxa de 15% é indecente, proibitiva e desestimula investimentos produtivos. É a transformação do Brasil no paraíso dos rentistas: quem vive de juros ganha, quem trabalha perde”, destacou.
Não dá pra aceitar como normal o novo aumento da Selic pelo Banco Central.
A taxa de 15% é indecente, proibitiva e desestimula investimentos produtivos.
É a transformação do Brasil no paraíso dos rentistas: quem vive de juros ganha, quem trabalha perde.Falam muito de ajuste…
— Lindbergh Farias (@lindberghfarias) June 18, 2025
O último Boletim Focus trouxe uma revisão para baixo da estimativa de inflação do mercado financeiro para 2025: de 5,44% para 5,25%. A meta firmada pelo BC é de 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima (4,5%) ou para baixo (1,5%).
Da Redação, com informações de Carta Capital