Jerome Powell (foto/reprodução internet), do Federal Reserve, manteve os juros — e a sobriedade. Sinalizou, com firmeza, que cortes estão fora do horizonte próximo, sobretudo diante da incerteza tarifária reeditada por Donald Trump. Já o Banco Central brasileiro, comandado por Galípolo, em cenário de inflação ainda elevada, expectativas desancoradas e um fiscal à beira da esquizofrenia, resolveu indicar que vai parar de apertar. A alta residual de 0,5 ponto foi acompanhada de um comunicado tímido, quase resignado, como quem suspira antes de largar o leme. O curioso é o timing: com a economia global tensa, o Brasil acena com desacoplamento monetário. Mas não por estratégia — e sim por exaustão. Numa nação onde o Estado custa caro e entrega pouco, onde o populismo fiscal é rotina e a responsabilidade, exceção, esperar que a política monetária faça mágica é devaneio tropical. O Copom pisou no freio — não porque chegou ao destino, mas porque o carro ameaça fundir o motor.

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Last Update: 08/05/2025