O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) anunciou, nesta quarta-feira (7), o aumento da taxa básica de juros (Selic) de 14,25% para 14,75% ao ano, o que representa alta de 0,50 ponto percentual.
Em decisão unânime, a Selic atingiu o maior patamar desde 2006, devido ao tarifaço promovido pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que colocou a economia norte-americana em um cenário incerto e resultou ainda na pressão inflacionária no Brasil.
“O ambiente externo mostra-se adverso e particularmente incerto em função da conjuntura e da política econômica nos Estados Unidos, principalmente acerca de sua política comercial e de seus efeitos. A política comercial alimenta incertezas sobre a economia global, notadamente acerca da magnitude da desaceleração econômica e sobre o efeito heterogêneo no cenário inflacionário entre os países, com repercussões relevantes sobre a condução da política monetária”, informou o Copom.
Outra justificativa para a alta da Selic é a despesa pública, que ainda está elevada na avaliação do comitê. O mercado de trabalho aquecido completa a lista de motivos que levaram à decisão de hoje.
Diante do cenário externo, é provável que a taxa básica de juros seja mantida ou elevada, uma vez que, para o Copom, o cenário da inflação vai demandar cautela.
“Para a próxima reunião, o cenário de elevada incerteza, aliado ao estágio avançado do ciclo de ajuste e seus impactos acumulados ainda por serem observados, demanda cautela adicional na atuação da política monetária e flexibilidade para incorporar os dados que impactem a dinâmica de inflação.”