Esporte Bretão

Percival Maricato

COPINHA: DE 128 SOBRARAM 64, MAS UM SÓ ERGUERÁ A TAÇA

A Copinha tem preenchido o vazio do futebol profissional.  São dezenas de jogos, alguns interessantes, bem disputados, nota alta para a disciplina pois os garotos sabem que está em jogo seus futuros. A Copinha é o grande teste, olheiros em volta do campo anotam os jovens que são potenciais craques, ou pelo menos jogadores medianos, que sempre ajudam a conter o crescimento das folhas de pagamentos para patamares arriscados.

É mais fácil  subir o Everest

Na Copinha tínhamos 32 grupos de 4 times cada e agora os primeiros e segundos colocados, no total 64, irão disputar em jogos mata-mata, sai de baixo. Nesta fase serão seis jogos, até que na finalíssima dia 25, apareça o campeão. É mais fácil subir o Everest. Mas o Corinthians já o fez por onze vezes.

Verdão investe

Paulinho ex-Atlético de MG, R$ 112 milhões (mais Patrick e Gabriel Menino), Facundo Torres, craque uruguaio, R$ 72  milhões, e agora, tudo indica, Andreas Pereira, do Fulhan R$ 126 milhões, totalizando R$ 310 milhões que o Verdão investiu na compra de craques, cerca de 50 milhões de euros. Considere-se porém que apenas Estevão, vendido ao Chelsea, paga essa conta: foram R$ 355 milhões. Será que valeu a pena?

Os times mais valiosos

Segundo a Sportsvalue,o Flamengo valia até algum tempo atrás R$ 4,9 bi, o Palmeiras R$ 3,9 bi, o Corinthians R$ 3,7 bi, vindo a seguir Atlético MG e São Paulo. Mas com a compra e venda dos últimos 30 dias esses valores estão bagunçados. Os grandes times brasileiros teriam investido mais de R$ 2 bi.

Naming rigths ao lado das Bets, enchem caixas dos clubes

Além do movimento das casas de apostas, que rapam o que sobra no bolso dos brasileiros, os naming rights, nome que empresas colocam em estádios como estratégia de marketing, há décadas usadas na Europa, enchem os caixas dos clubes. Começou com o Palmeiras que nomeou seu estádio, o remoçado Parque Antártica, como Allianz,  em 2014.  Até hoje os clubes teriam arrecadado mais de R$ 2 bi com esse “produto”.

Mercado internacional de craques traz divisas para o Brasil

Outra fonte de renda é a venda de craques para o exterior, que pode ter atingido em 2024 uns R$ 400 milhões, sem contar Estevão, que sozinho quase atinge essa marca. A diferença dos anos anteriores é que desta vez, com os cofres cheios, os times brasileiros também trouxeram craques do exterior, podem ter gasto R$ 200 milhões lá fora. Nos anos anteriores os craques obtidos no exterior eram os que estavam em fim de carreira, Pato, Ganso, um cavalo que jogou no Palmeiras e depois no Fluminense  (um zoológico enfim), Marcelo, David Luiz e outros.

R$ 400 milhões é muito dinheiro, mas a Arábia Saudita pode dispensá-lo

A Budweiser pagou R$ 400 milhões para patrocinar a Copa do Mundo de 2022, mas a Arábia Saudita resolveu dispensar esse patrocínio ao decidir fazer uma copa sem álcool nos estádios. Funcionários diplomáticos no país têm loja onde podem comprar bebida à vontade, lideranças também têm acesso a bebida, mas um cidadão com uma latinha no bolso pode pegar anos de prisão. A hipocrisia, segundo os que recebem dirigentes desse país no Ocidente parece ir mais longe. Muitos deles, quando chegam, já perguntam pelas melhores casas noturnas, onde deixam rios de  petrodólares. A FIFA porém se curva ao deus Grana Grossa. A F1 também o fez e os pilotos comemoraram o pódio com água de rosas em vez de champanhe. Ela foi tomada nos bastidores e nos hotéis estrelados..

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Last Update: 13/01/2025