O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, determinou que o governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), preste depoimento à Polícia Federal para esclarecer declarações nas quais ele sugere existir contato entre o ex-presidente Jair Bolsonaro e Valdemar Costa Neto, a despeito da proibição imposta pela Corte.

A ordem foi assinada nesta sexta-feira. Os dois caciques partidários estão proibidos de conversar desde fevereiro do ano passado, quando foram alvos de uma operação da PF no bojo das investigações sobre a tentativa de golpe de Estado.

Ambos foram indiciados neste inquérito por organização criminosa e abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

O veto ao contato foi mantido durante o pleito municipal do ano passado. Tanto Valdemar quanto Bolsonaro já tentaram diversas vezes derrubar o impedimento no STF, mas não obtiveram sucesso.

Mello deu as declarações em entrevista à Jovem Pan na última segunda-feira. “O nosso presidente Valdemar conversa muito com o Bolsonaro, que é o presidente de honra. Espero que daqui a pouquinho eles possam conversar na mesma sala para se ajudar ainda mais”. Logo em seguida, o governador afirmou que os dois correligionários ficam a “mais de 200 metros” de distância quando estão em Brasília.

Escreveu o ministro do STF no despacho desta sexta: ” A entrevista do Governador de Santa Catarina indica possível violação às medidas cautelares impostas por esta SUPREMA CORTE, em especial a proibição de manter contato com os demais investigados aplicada a Jair Messias Bolsonaro e Valdemar Costa Neto”. 

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Last Update: 17/01/2025