A guerra na Faixa de Gaza desde outubro até os últimos desenvolvimentos se manteve com uma estratégia bem definida do Eixo da Resistência. O Hamas trava a guerra em Gaza na principal frente israelense. Todas as demais organizações operam como força de apoio sem usar sua capacidade máxima, apenas desgastando o sionismo. Esse é o controle da escalada.
Hassan Nasseralá afirmou em seu primeiro discurso durante a guerra: nossa tarefa é garantir a vitória dos palestinos na guerra, especificamente do Hamas. Ou seja, não é o Hesbolá que vencerá, nem o Irã, será o Hamas. Isso tem alguns motivos, mas o debate em questão é evitar a escalada. Em caso de guerra total com Irã ou Hesbolá é impossível os EUA não participarem ativamente. Ou seja, a escalada da guerra se transformaria em uma guerra geral do Oriente Médio. Até agora a resistência não considerou que esse é o momento.
Então qual é a estratégia? Minar ao máximo o Estado de Israel avançando gradualmente os ataques militares. No início a guerra era só em Gaza. Agora já há ataques diretos da Resistência Iraquiana, do Iêmen, do Hesbolá e do Irã a Israel. Tudo isso, que em outros momentos poderia começar uma guerra geral, aconteceu sem a escalada.
Aqui aparece a principal falha da política de assassinatos de Israel. Sem saber como reagir, eles bombardeiam civis e assassinam lideranças da resistência em outros países. Isso não representa nenhum ganho militar ou político, mas abre uma janela de ação. Casa abuso de Israel é respondido com uma pequena escalada, que é aceita pelo mundo, pois é uma retaliação, mas que aumenta a presença da resistência na guerra.
O Hesbolá, após meses, realiza ataques que se fossem feitos em outubro poderiam levar a uma invasão do Líbano. Mas eles foram crescendo de forma estratégica e isso permitiu que eles criassem a segunda maior crise para Israel depois do Hamas, a crise do norte.
As outras frentes da resistência crescem cada uma com sua especificidade, mas da mesma forma. O Iêmen avança contra Israel e também contra os EUA e os Emirados Árabes. A resistência do Iraque contra os EUA e Israel. O Irã ataca pouco, mas quando ataca tem ganhos políticos gigantescos.
Assim, controlando a escalada da guerra, o Eixo da Resistência após 10 meses de guerra se tornou ainda mais forte. Israel nunca esteve tão fraco. É a estratégia perfeita para lutar contra um inimigo muito mais forte, o imperialismo.
Israel é como o olho do ciclope imperialista. Sem o Estado sionista a opressão da região é quase impossível. Sabendo disso a resistência continua a guerra contra esse ponto fraco. O ciclope por sua vez não consegue atacar se volta. E a cada movimento apenas permite que seu olho seja atacado novamente.
Mas como o acúmulo de forças da resistência essa estratégia pode mudar a qualquer momento. Diante da fraqueza do imperialismo e do sionismo uma grande ofensiva pode acontecer, como no Vietnã e no Afeganistão, e acabar por completo com décadas de ocupação militar. Com uma diferença, o impacto político seria muito maior do que nestes dois casos.
Nasseralá em seu discurso ainda completa. A vitória da Palestina será a vitória do Líbano, do Egito, da Jordânia, da Síria, do Iraque, do Irã, do Iêmen e de todos os países do Oriente Médio e do mundo.