Ahmed Al Sharaa, o líder de fato da Síria, que chegou ao poder após a queda de Bashar al Assad em 8 de dezembro, foi nomeado “presidente para a fase de transição”, informaram as novas autoridades nesta quarta-feira 29. As novas autoridades também anunciaram a suspensão da Constituição, do Parlamento, de todos os grupos armados e do partido Baath, que governou o país por mais de 60 anos.
Sharaa recebeu a missão de formar um “conselho legislativo provisório”, informaram as autoridades em um comunicado citado pela agência de notícias estatal Sana. Ele assumirá “a presidência do país durante o período de transição. Assumirá as funções de presidente” e “representará” a Síria em “encontros internacionais”, disseram as autoridades, sem explicar qual será a duração dessa fase interina.
Também foi anunciado que “todos os grupos armados, os órgãos políticos e civis da revolução estão dissolvidos e devem ser integrados nas instituições do Estado”, conforme um comunicado publicado por um porta-voz militar, o coronel Hasan AbdelGhani, citado pela Sana. Houve ainda a dissolução do Parlamento e do exército, além da suspensão da Constituição de 2012. Esses anúncios ocorreram ao final de uma reunião entre Sharaa e vários líderes de facções armadas e “forças da revolução” síria.
Após a queda de Assad em 8 de dezembro, a coalizão de grupos armados que assumiu o poder nomeou um governo de transição, que deveria permanecer por três meses, alterar a Constituição e relançar a economia síria.
“A missão dos vencedores é pesada e sua responsabilidade é imensa”, disse Ahmed Al Sharaa após a queda do ditador sírio. A dissolução de todos os grupos armados inclui seu próprio grupo, o Hayat Tahrir al-Sham (HTS), que foi formado a partir do antigo ramo da al-Qaeda na Síria.
O novo “presidente para a fase de transição” rompeu com a nebulosa jihadista em 2016, embora seu grupo ainda seja classificado como terrorista no Ocidente.