A Controladoria-Geral da União irá selecionar, por meio de edital, pesquisadores que serão responsáveis por criar um índice internacional próprio para medir a corrupção no país. A proposta de política sugerida deve trazer indicadores internacionais e medição da corrupção, integridade pública, boa governança e transparência pública.
No prazo de 90 dias, a proposta deve ser uma alternativa ao Índice de Percepção da Corrupção (IPC), divulgado pela organização privada Transparência Internacional (TI), rotineiramente criticado por especialistas devido à imprecisão e inconstância das informações, que abrem margem para oportunistas e manipulações políticas.
Outro ponto polêmico sobre o IPC é a falta de transparência em relação à metodologia adotada e ainda sobre como são obtidos os dados que embasaram, em 2023, o indicador que apontou que o Brasil caiu dez posições no ranking global da corrupção em relação a 2022.
De acordo com a instituição, o resultado se justificaria pelas falhas do governo federal em relação ao controle da corrupção e também pela interferência do governo Lula no Supremo Tribunal Federal e na Procuradoria-Geral da República a partir da indicação dos ministros Flávio Dino, Cristiano Zanin e Paulo Gonet.
É de se questionar ainda que o IPC coloque o Brasil na 104ª posição no ranking de corrupção atualmente, até porque o país caiu depois da Lava Jato, mas ficou melhor posicionado ao longo da gestão de Jair Bolsonaro (PL).
Farsa
Em fevereiro, o GGN mostrou que a credibilidade do IPC foi colocada em xeque pelo ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Vinícius Marques de Carvalho.
De acordo com o diretor do Observatório da Lava Jato, Rodrigo Siqueira Jr., que participou do programa TVGGN 20H, o ranqueamento feito pelo IPC é metodologicamente frágil, inconsistente, de pouca credibilidade e tem uma “cabeça de mercado”.
Siqueira cita ainda as mensagens da Spoofing, que revelam que Bruno Brandão, diretor do braço da Transparência Internacional no Brasil, teria atuado nos bastidores, com procuradores da Lava Jato, para tentar influenciar no destino de bilhões de reais provenientes de acordos de leniência.
“Evidentemente a finalidade [da TI] não é garantir a transparência, mas garantir interesses empresariais em nome da nobre causa do combate à corrupção”, afirma.
“Não é possível que alguém que defenda o combate à corrupção, que quer uma sociedade mais justa, mais próspera, defenda a Lava Jato, que promoveu a escalada política e financeira de muita gente. Às vezes, se busca defender a Lava Jato por conta de seus fins, ignorando seus meios, mas não podemos cometer esse erro”.
O advogado também ressalta o envolvimento da TI em escândalos de porta-giratória, conflitos de interesse, utilização da pauta da corrupção para conflitos empresariais, guerras comerciais e ganho de dinheiro.
*Com informações do Conjur.
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