O Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal (CRM-DF) avalia abrir uma investigação contra o hospital DF Star, de Brasília, por permitir a entrada de pessoas na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) onde o ex-presidente Jair Bolsonaro está internado. A unidade liberou o acesso de uma oficial de Justiça e aliados do paciente.
O pedido de sindicância foi feito pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) ao órgão do Distrito Federal. Nesta sexta (25), CFM-DF divulgou uma nota sobre o acesso de pessoas a UTIs após os episódios envolvendo o ex-presidente e afirmou que a entrada deve ser limitada.
“O CFM destaca que o desrespeito a protocolos técnico-científicos de acesso à UTI deve ser apurado pelos Conselhos Regionais de Medicina pelo risco que representa à saúde e à vida dos pacientes”, disse o órgão, apontando que o acesso é regulado por normas técnicas e depende de autorização prévia de médicos.
O ex-presidente recebeu um oficial de Justiça na última quarta (23), que entregou uma intimação para apresentar defesa no caso da trama golpista, no qual é réu. Ele foi notificado, segundo o Supremo Tribunal Federal (STF), por já ter recebido visitas de outras pessoas antes da entrega do documento.
Bolsonaro recebeu visitas de aliados, fez uma live e até deu uma entrevista ao SBT enquanto está na UTI. A Corte alegou que estava esperando uma “data adequada” para notificá-lo, mas que os eventos mostravam que o ex-presidente estava bem o suficiente para assinar o documento.
“Em virtude da internação do ex-Presidente Jair Bolsonaro, foi determinado que se aguardasse uma data adequada em que pudesse, normalmente, receber o oficial de Justiça. A divulgação de live realizada pelo ex-Presidente na data de ontem (22/4) demonstrou a possibilidade de ser citado e intimado hoje (23/4)”, disse a Corte.
Bolsonaro assinou a intimação e reclamou da presença do oficial da Justiça no local. Ele se tornou réu no mês passado e todos os demais integrantes do “núcleo 1” da trama golpista já haviam sido notificados.
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