O deputado federal Hugo Motta (Republicanos-PB) será o novo presidente da Câmara após vencer a eleição realizada neste sábado 1º, em Brasília. O parlamentar, que nunca ocupou um posto na Mesa Diretora, comandará a Câmara pelos próximos dois anos.

O político paraibano tem 35 anos e será o presidente mais jovem que a Câmara já teve. Apesar da pouca idade, esse é o quarto mandato consecutivo de Motta como deputado federal. Na primeira vez que chegou à Câmara, em 2010, ele tinha apenas 21 anos, tendo sido o mais jovem deputado federal eleito no País naquela ocasião.

Nos seus três primeiros mandatos como parlamentar, Motta foi filiado ao MDB. A última eleição, porém, se deu pelo Republicanos, sigla tradicionalmente ligada a Edir Macedo e a Igreja Universal do Reino de Deus.

Herdeiro político

Profissionalmente, Motta é médico, mas não é exagero dizer que o novo presidente da Casa é um político de carreira. Mais do que isso, o parlamentar também é o que se costuma chamar de herdeiro político, já que seus avós maternos e paternos, além de seu pai, também ocuparam cargos eletivos ao longo das últimas décadas.

O avô Nabor Wanderley da Nóbrega foi prefeito da cidade de Patos, na Paraíba, na década de 1950. Mais tarde, nos anos 2010, foi a vez de Nabor Wanderley Filho, pai do deputado, se aventurar na política, também como prefeito de Patos. Ele ocupou o cargo por dois mandatos, antes de ser eleito deputado estadual. Em 2020 voltou ao posto e, em 2024, foi reeleito pela quarta vez.

O avô materno de Motta, Edivaldo Motta, também foi político de carreira, tendo sido deputado estadual e deputado federal. A avó, Francisca Motta, já foi vice-prefeita de Patos nos anos 1990 e, depois, comandou a cidade entre 2013 e 2016. Ela também foi deputada estadual pela Paraíba em seis ocasiões.

Carreira na Câmara

Ao longo dos mandatos, ele foi presidente da Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara, em 2014, e também presidiu a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, em 2015. O colegiado é apontado como um dos fatores de desgaste do PT, e que culminou, naquela ocasião, no impeachment de Dilma Rousseff.

Um outro ponto de atenção para o atual governo com o novo presidente da Câmara é a relação entre o parlamentar e Eduardo Cunha. Ex-colegas de MDB, Motta foi membro da ‘tropa de choque’ do então presidente da Câmara. Conforme revelou o jornal Folha de S. Paulo em janeiro deste ano, Motta é suspeito, por exemplo, de assinar demandas de Cunha para que o então chefe da Casa tivesse a sua imagem preservada em negociações políticas.

Por fim, Motta é apontado, constantemente, como um lobista de dois setores distantes do atual governo: o agronegócio e o mercado financeiro.

Apesar das divergências, Motta foi o candidato do governo Lula (PT) na disputa da Câmara e tem prometido um mandato marcado pelo diálogo capaz de evitar a polarização, com o PT e o PL tendo cargos importantes na Mesa Diretora e na chefia de algumas das principais comissões.

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Last Update: 01/02/2025