Chongqing, uma cidade chinesa surpreendentemente exótica, é conhecida por suas peculiaridades urbanas que a fazem parecer saídas de um filme de ficção científica.
Seus visitantes de primeira viagem ou aqueles que a seguem nas redes sociais são frequentemente fascinados por suas esquisitices. Desde um zoológico com pandas cercado por arranha-céus até pontes futuristas e um horizonte multicolorido, Chongqing exala uma aura de cyberpunk. Perfis do TikTok, Instagram, YouTube e podcasts de nômades digitais não conseguem deixar de mostrar suas singularidades ao resto do mundo, destacando a cidade como a “capital cyberpunk” da China.
A estrutura urbana única de Chongqing é uma reminiscência de uma cidade distópica, que se desenvolveu sem regras claras ou inibições. Este crescimento caótico e rápido pode ser atribuído às suas origens como um vilarejo de comerciantes e pescadores que acordou para o palco global no início do século XX, quando Chiang Kai-shek estabeleceu sua capital lá durante a invasão japonesa. A cidade sofreu intensos bombardeios durante a Segunda Guerra Mundial, o que a obrigou a reconstruir sua infraestrutura, transformando-se posteriormente em um centro industrial e universitário. Hoje, é uma das quatro grandes aglomerações urbanas administradas diretamente pelo Estado central na China.
Chongqing é um verdadeiro labirinto urbano, situado em um platô montanhoso ao longo dos rios Yangtze e Jialing. Para acomodar sua população crescente, a cidade adotou soluções criativas como trens que atravessam edifícios e “praças no céu” localizadas em arranha-céus. A estação de Liziba é um exemplo notável, onde um trem urbano percorre a parede externa de um bloco de apartamentos de 19 andares. Este serviço de transporte funciona sem problemas há quase duas décadas, demonstrando a harmonia entre inovação urbana e densidade populacional. Além disso, a área conhecida como Hongya Cave e o parque temático Cikiqou oferecem uma visão mais tradicional e pitoresca de Chongqing, com construções sobre pilares e mercados populares que lembram os cenários dos filmes de Hayao Miyazaki.
A transformação de Chongqing também está intimamente ligada à Barragem das Três Gargantas, a maior usina hidrelétrica do mundo, construída nas proximidades em 1997. A ambição e o narcisismo de seu projeto faraônico influenciaram o desenvolvimento da cidade, transformando-a em um local extravagante e fascinante. De um vilarejo rural no Yangtze, Chongqing se tornou um epicentro de inovação urbana, mostrando ao mundo que qualquer excentricidade é possível. Meios de comunicação como Wanderplate insistem que, além do cartão postal cyberpunk, há uma Chongqing diferente e autêntica para ser descoberta sem preconceitos, como o Museu da Água de Baiheliang e o famoso restaurante no complexo de Hongya Cave.
Finalmente, Chongqing é um exemplo de como a necessidade pode impulsionar a inovação urbana. Em um platô montanhoso onde o espaço plano é escasso, os moradores aprenderam a pensar de forma lateral, aproveitando os espaços verticais e criando soluções engenhosas como os skytrains e as praças suspensas.
Esta cidade não apenas desafia as normas urbanísticas tradicionais, mas também reescreve as regras do que é possível em termos de desenvolvimento urbano e infraestrutura. Não é à toa que é frequentemente referida como a “cidade mais louca do mundo”.
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