O Congresso Nacional homenageará, em sessão solene em 12 de junho, o centenário da ialorixá Mãe Stella de Oxóssi, primeira líder religiosa de candomblé eleita para ocupar uma cadeira na Academia Brasileira de Letras.

Ela comandou o terreiro Ilê Axé Opô Afonjá, em Salvador (BA), por mais de quatro décadas, como sucessora de Mãe Senhora, e completaria 100 anos em 2 de maio, caso estivesse viva.

A iniciativa do senador Jaques Wagner (PT) e dos deputados federais Bacelar (PV) e Lídice da Mata (PSB), todos da Bahia, busca reconhecer o legado espiritual, cultural e social da sacerdotisa. O evento deve contar com a presença da ministra da Cultura, Margareth Menezes.

Estudiosa e divulgadora das crenças religiosas africanas, a ialorixá recebeu o título de doutor honoris causa pela Universidade Federal da Bahia em 2005. Quatro anos depois, a Universidade do Estado da Bahia concedeu a ela a mesma honraria.

Mãe Stella morreu aos 93 anos, em dezembro de 2018, depois de ficar duas semanas internada em um hospital de Santo Antônio de Jesus para tratar uma infecção urinária. A doença provocou um quadro de insuficiência renal crônica associada a hipertensão arterial sistêmica.

“Mãe Stella foi uma mulher à frente do seu tempo. Com sabedoria, firmeza e amor, ela ensinou o Brasil a respeitar o Candomblé e a cultura afrodescendente. Celebrar seu centenário é também reafirmar nosso compromisso com a diversidade religiosa, com a luta antirracista e com a valorização do povo de axé”, pontua Bacelar.

A líder religiosa também publicou nove livros, entre eles Meu tempo é agora e Òsósi – O Caçador de Alegrias. As obras ajudaram a dar visibilidade e respeito à cultura afro-brasileira, combatendo o preconceito e valorizando a sabedoria ancestral dos terreiros.

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Last Update: 02/06/2025