A polêmica no aumento da representação dos Estados na Câmara Federal continua rendendo críticas. Sob o pretexto de corrigir distorções populacionais, o Congresso aprovou o aumento de 513 para 531 deputados federais. Mas, ao evitar reduzir cadeiras de Estados com perda populacional, contrariou a diretriz do STF, que determinava a redistribuição — não o aumento — com base no Censo de 2022. Na prática, o Congresso manteve bancadas infladas e distribuiu novas cadeiras apenas entre os Estados que cresceram, sem corrigir os desequilíbrios históricos. São Paulo, por exemplo, concentra 22% da população, mas continua com 13,7% das cadeiras. Já Roraima, com 0,3% dos habitantes, preserva seus oito deputados. Juristas apontam violação ao critério de proporcionalidade previsto na Constituição, o que pode levar o STF a ser acionado. A judicialização traria novo atrito entre os Poderes e exporia o custo político da manobra liderada pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (foto/reprodução internet), que evitou desagradar as bancadas.
