A empresa chinesa de tecnologia, Huawei Technologies, anunciou a criação de “academias” tecnológicas em 110 países para formar centenas de milhares de engenheiros anualmente, apesar das crescentes restrições impostas por Washington.
Renata Wanzhou, presidente rotativa da Huawei, destacou em sua mensagem de Ano Novo que a empresa colabora com mais de 3.000 universidades em todo o mundo por meio do programa Huawei ICT Academy. A iniciativa treina mais de 300.000 estudantes por ano em áreas de informação, comunicação e tecnologia. Renata destacou que esses talentos formam uma “força de trabalho vital para impulsionar as transformações digitais localmente”.
A Huawei também finalizou a construção de um centro de pesquisa e desenvolvimento de chips em Xangai, com um investimento total de 10 bilhões de yuans (cerca de US$ 1,4 bilhão). O complexo, localizado no distrito de Qingpu, é o maior centro de pesquisa global da empresa, abrigando cerca de 30.000 profissionais. Com uma área de 1,6 milhão de metros quadrados, o parque conta com uma infraestrutura avançada, incluindo sua própria rede viária, um pequeno sistema ferroviário e pontes elevadas.
O novo centro foi projetado para promover avanços em semicondutores para dispositivos, redes sem fio e Internet das Coisas. A Huawei tem sido alvo de sanções e controles de exportação dos EUA nos últimos anos, em meio à disputa entre Washington e Pequim pela supremacia no setor de semicondutores. Apesar dessas restrições, a Huawei conseguiu lançar, no ano passado, o Mate 70, seu mais recente smartphone, equipado com um avançado chip de 7 nanômetros fabricado na China. O lançamento foi um sucesso, registrando alta demanda entre os consumidores e ajudando a empresa a recuperar participação de mercado em detrimento de concorrentes como a Apple.
Fundada em 1987, a Huawei se tornou uma das maiores empresas de tecnologia do mundo, com atuação em mais de 170 países. Inicialmente focada em equipamentos de telecomunicações, a empresa expandiu para áreas como smartphones, computação em nuvem, inteligência artificial e redes 5G, sendo uma das líderes globais nesses segmentos. Apesar das sanções, a Huawei continua a desempenhar um papel central na infraestrutura tecnológica global, com mais de 200.000 funcionários e um vasto ecossistema de inovação e pesquisa.