Desde 24 de abril, Índia e Paquistão vêm realizando ataques militares contra os territórios dos respectivos países, bem como contra as regiões da Caxemira que estão sob seu controle.
Os primeiros ataques foram realizados pela Índia já no dia 24, como uma resposta ao ataque ocorrido em 22 de abril, em Pahalgam, em Jamú e Caxemira (região administrada pela Índia). O ataque resultou em 27 mortos, a maioria turistas hindus, mas também um cristão e um muçulmano, deixando mais de duas dezenas de feridos. As organizações que teriam realizado o ataque são a chamada Lashkar-e-Taiba, grupo salafista que deseja a união da Caxemira ao Paquistão, e a Frente de Resistência, racha dessa organização.
Como pretexto para as ações militares, a Índia acusou o governo do Paquistão de estar por trás do ataque de Pahalgam, acusação esta que foi negada pelo país vizinho.
Nesta semana, as ações militares escalaram e, na quarta-feira (7), a Índia lançou a chamada Operação Sindoor. Através dela, aproximadamente nove alvos foram atacados no Paquistão e na região da Caxemira administrada pelo Paquistão. Segundo o governo indiano, os locais seriam campos de treinamento para “terroristas”, os quais operariam sob a supervisão do Paquistão.
Conforme noticiado pela emissora RT, o Comitê de Segurança Nacional do Paquistão (NSC) rejeitou a justificativa da Índia para a ação militar, chamando-a de “ato de guerra não provocado, covarde e ilegal” em uma declaração emitida após uma reunião presidida pelo primeiro-ministro, Shehbaz Sharif. Islamabade (capital do Paquistão) prometeu retaliar.
Já na quarta-feira (7), houve relatos que o Paquistão lançou mísseis contra Amritsar e Jalandhar, na região de Punjab, que fica no território indiano da chamada Linha de Controle (fronteira de fato que separa as regiões da Caxemira controladas pelos respectivos países). Apagão local foi igualmente relatado, e vídeos divulgados em canais de comunicação do Telegram mostram um possível míssil balístico lançado pelo Paquistão contra o aeroporto de Amritsar. Impactos foram relatados, bem como interceptações por parte da Índia.
Em resposta, a Índia teria lançado mísseis terra-ar a partir de Batala, Amristar e Jalandhar.
No mesmo dia, houve informações não confirmadas de que eventos públicos e governamentais foram temporariamente cancelados em Nova Déli, capital da Índia. Semelhantemente, foi divulgada a informação de que voos para Lahore, região de Punjab, no Paquistão, estavam sendo desviados para o sul.
O conflito continuou a escalar nesta quinta-feira (8), com o Paquistão afirmando que derrubou 12 VANTs (drones) indianos que violaram o espaço aéreo do país. No entanto, confirmou que uma das aeronaves lançadas teria acertado um local militar em Lahore, provocando baixas não especificadas. Pronunciando-se sobre a ação, a Índia afirmou que os ataques com drones neutralizam defesas aéreas paquistanesas em Lahore.
Pronunciando sobre os ataques contra Lahore, o Departamento de Estado dos EUA afirmou ter recebido relatórios iniciais que autoridades paquistanesas devem evacuar áreas perto do principal aeroporto da cidade.
No decorrer do dia, mais aeronaves não tripuladas foram lançadas pela Índia contra alvos no Paquistão, que teria respondido com fogo pesado de artilharia contra posições indianas na Linha de Controle. Segundo órgão de imprensa paquistanês, “fontes militares paquistanesas dizem que esses drones foram disparados pela Índia em vários locais para detectar nossos sistemas de defesa aérea“.
Em razão das ações militares da Índia, voos teriam sido suspensos nos principais aeroportos do Paquistão, conforme noticiado pela Associated Press.
Mostrando a escalada do conflito, foram divulgados vídeos em canais de comunicação que mostram forte movimentação de forças terrestres paquistanesas em Lahore, indo para sudeste, em direção à Índia. Outro comboio militar paquistanês teria sido visto a nordeste de Kotli, Azad Kashmir, Caxemira controlada pelo Paquistão. O comboio provavelmente representa reforços enviados à sua linha de frente ao longo da Linha de Controle.
Mais tarde, a Índia emitiu declaração afirmando que o Paquistão tentou atacar bases aéreas, postos militares e acampamentos do exército no último ataque de drones em Jammu e Caxemira, região controlada pela Índia. Em outra afirmação, militares indianos afirmaram que barraram uma grande tentativa de infiltração em um distrito local.
Ao fechamento desta edição, embates violentos estariam acontecendo ao longo da Linha de Controle, com moradores compartilhando vídeos e descrevendo a região como uma zona de guerra.
