Doze meses após a operação militar “Dilúvio de al Aqsa” e a intensificação do genocídio por parte de “Israel”, um relatório recente publicado pela CNN em colaboração com o American Enterprise Institute’s Critical Threats Project e o Institute for the Study of War revela que quase metade das brigadas militares do Hamas no norte e centro da Faixa de Gaza conseguiu reconstruir parte de suas capacidades de combate. A reportagem destaca que várias unidades do Hamas dentro de Gaza estão se recuperando em áreas que o exército israelense havia declarado como “limpas”.
O relatório foi baseado em declarações militares tanto de “Israel” quanto do Hamas, filmagens do terreno e entrevistas com especialistas e testemunhas oculares. Segundo a análise, três das 24 brigadas do Hamas, conhecidas como Brigadas Qassam, foram afetadas pelas forças israelenses. No entanto, oito brigadas ainda são consideradas “eficazes em combate”, sendo capazes de realizar missões contra soldados israelenses em solo. Outras 13 brigadas também estão ativas, realizando ataques esporádicos e utilizando táticas de guerrilha.
O relatório da CNN focou em 16 brigadas do Hamas localizadas no norte e centro de Gaza, as quais foram alvos frequentes da ofensiva da ocupação das Forças de Defesa de “Israel” (IDF). Evidências mostram que, das 16 brigadas, sete conseguiram reconstruir suas capacidades militares totais pelo menos uma vez nos últimos seis meses. Fontes militares israelenses afirmam que as brigadas localizadas no centro de Gaza não foram adequadamente “tratadas” pelo exército sionista, isto é, afetadas, trazendo a desculpa de estarem mantendo prisioneiros israelenses capturados pelo Hamas durante a operação do 7 de outubro como justificativa para o fracasso das forças de ocupação.
A análise conduzida pelo Institute for the Study of War (ISW) e pelo Critical Threats Project (CTP) sugere dois métodos distintos de reconstituição: o reagrupamento e a regeneração. Algumas unidades das Brigadas Aal Qassam se reagruparam, fundindo células degradadas para criar brigadas eficazes em combate. Outras unidades regeneraram, recrutando novos combatentes e fabricando novas armas a partir do material explosivo deixado para trás pelas forças israelenses.
Devido à diminuição dos pelotões originais, o Hamas agora dependeria de táticas de guerrilha, utilizando armadilhas explosivas e emboscadas contra tropas israelenses à medida que estas entram no centro de campos ou bairros, conforme mostram vídeos geolocalizados. Uma fonte militar israelense, que falou sob condição de anonimato, confirmou a alegação do Hamas de que conseguiram recrutar “milhares” de novos combatentes.
Contudo, o oficial israelense argumenta que será muito mais difícil para a organização substituir os comandantes mortos. “O recrutamento começou há três ou quatro meses, e eles conseguiram alguns milhares. Não sei exatamente quantos”, disse o oficial israelense aposentado. “A maior dificuldade do Hamas não está no nível dos soldados, mas no nível dos comandantes, alguns dos quais não são fáceis de substituir”. Essa fala foi feita antes do anúncio de Sinuar como o novo líder do birô político do Hamas, assumindo o posto do ex-líder revolucionário Ismail Hanié, martirizado por “Israel” recentemente no Irã.
A CNN também entrevistou vários palestinos que estiveram em Gaza nos últimos dez meses. Um dos entrevistados, que recentemente fugiu da região após quase 40 membros de sua família serem mortos em um ataque aéreo israelense, afirmou: “A presença do Hamas no norte de Gaza é mais forte do que você pode imaginar. Eles estão entre os civis. Isso os ajuda a reconstruir suas forças”.
A nova investigação da CNN desmente completamente as repetidas alegações do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netaniahu, de que as forças israelenses estão próximas de alcançar seu objetivo declarado de eliminar o Hamas e destruir suas capacidades militares. No mês passado, Netaniahu afirmou a legisladores norte-americanos em uma reunião conjunta no Congresso dos Estados Unidos que “a vitória está à vista”.
O relatório revela, no entanto, que o Hamas continua não só a mostrar resiliência, mesmo após meses de intensos combates, como tem sua capacidade de aglomerar novas pessoas, sobretudo jovens, para a guerra de libertação nacional palestina. A capacidade da organização de reestruturar e reforçar suas brigadas, apesar das perdas significativas, indica que o conflito poderá se prolongar. Embora as forças israelenses tenham declarado várias áreas de Gaza como “limpas”, a recuperação das brigadas do Hamas sugere uma capacidade contínua e prolongada de resistência, enterrando o mito criado sobre a eficácia a longo prazo da estratégia militar israelense na região.
Em resumo, a análise detalhada apresentada pela CNN e seus parceiros destaca o crescimento contínuo do Hamas em Gaza, apesar das perdas sofridas, mostrando que não há vitória israelense política ou militar, mas apenas um morticínio de civis.