
Do Brasil de Fato – São Paulo
A ouvidora agrária nacional do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Claudia Dadico, participou nesta quinta-feira (20) da 22ª Festa da Colheita do Arroz Agroecológico, no assentamento Filhos de Sepé, em Viamão (RS). Ao Brasil de Fato, a coordenadora da Comissão Nacional de Enfrentamento à Violência no Campo (CNEVC) comentou sobre a importância da celebração organizada pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST).
“O enorme significado da festa se dá não apenas pelo fato, já grandioso, de o MST ser o maior produtor de arroz orgânico da América Latina, mas sobretudo porque após a grande enchente que se abateu sobre esse estado [em 2024], ficou claro que o modo de produção capitalista é um modo que precisa ser urgentemente substituído pelo modo de produção orgânico, que respeita a natureza”, pontuou Dadico.
A festa, realizada anualmente pelo MST do Rio Grande do Sul, marca o início da colheita do arroz orgânico no estado. Em 2024, a celebração foi suspensa, porque a semeadura do grão, que geralmente começa em setembro, precisou ser adiada em razão de duas enchentes históricas na região metropolitana de Porto Alegre no ano anterior.
Questionada sobre medidas de enfrentamento aos conflitos agrários, a coordenadora reconheceu que “o número de conflitos ainda é muito alto, porque as disputas territoriais ainda são muito acirradas, com vários componentes como a grilagem de terras e o conflito armado”. No entanto, ela reforçou que “há um enfrentamento articulado com vários ministérios que já obteve alguns resultados, como a diminuição das mortes em 2023 e 2024. E continuamos trabalhando porque entendemos que o conflito armado só é solucionado quando o trabalhador conquista o direito à terra”.
Edição: Nathallia Fonseca/BDF