No último dia 31 de agosto, a direitista anti russa presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, declarou que “os países da União Europeia (UE) estão trabalhando em ‘planos bastante precisos’ para enviar tropas à Ucrânia como parte das garantias de segurança pós-conflito”. A fascistóide chefe europeia acrescentou que a UE tem um “roteiro claro” e que a Casa Branca chegou a um acordo sobre ele.
Os Estados Unidos, no entanto, através de declaração do próprio presidente Donald Trump, se posicionou dizendo que durante o seu mandato os norte-americanos não participarão da empreitada com envio de tropas, seja em que etapa for do conflito. Por razões diversas e sobretudo por contradições da etapa de agudização da crise vivenciada pela economia capitalista a nível mundial, o mandatário republicano vem envidando esforços para pôr fim ao conflito, enfrentando, contudo, uma tenaz resistência dos setores mais poderosos do imperialismo, que já deram reiteradas declarações apontando para a continuidade da guerra. Prova disso foram as palavras do primeiro-ministro alemão, Friedrich Merz, afirmando não ver nenhum cenário que leve ao fim do conflito e que está se preparando para um embate que “pode durar muito tempo”.
“Se você olhar para a história, como as guerras terminam, há essencialmente duas possibilidades. Ou por derrota militar. Não vejo isso agora, nem na Rússia nem na Ucrânia. Ou por exaustão econômica ou militar. No entanto, não vejo isso agora em nenhum dos lados. Portanto, estou me preparando internamente para o fato de que esta guerra pode durar muito tempo”, disse o chanceler alemão.
Por sua vez, opinando sobre as intenções da UE em enviar tropas à Ucrânia, O Ministério das Relações Exteriores da Rússia foi enfático ao dizer “que qualquer cenário de envio de contingente militar de países-membros da OTAN para a Ucrânia é categoricamente inaceitável para a Rússia e está sujeito a uma escalada acentuada”, acrescentando “que a possibilidade do envio de tropas de países-membros da aliança militar ocidental para a Ucrânia, feitas no Reino Unido e em outros países europeus, foram anteriormente consideradas pelo ministério como incitação à continuação das ações militares”.
O fato é que as declaradas intenções europeias no que diz respeito ao conflito no leste europeu são, na verdade, um reconhecimento implícito da incapacidade da OTAN em impor uma derrota militar à Rússia no front de guerra. O simples cogitar do envio de tropas à Ucrânia em um cenário “pós-conflito” não é outra coisa senão uma etapa superior da crise que vem assolando os países do velho continente, sobretudo pela firme determinação da Rússia em não ceder um só milímetro do que já conquistou militarmente, mas também pela recente aceitação passiva dos chefes europeus às imposições tarifárias de Trump no que diz respeito aos produtos oriundos da Europa para os Estados Unidos.