Motoristas de ônibus ligados à empresa Coordenadas realizaram nesta terça-feira (24) uma paralisação total das atividades, afetando o sistema de transporte de Belo Horizonte. Nenhum veículo saiu da garagem da empresa, localizada no bairro Ana Lúcia. Ao menos 22 linhas do transporte municipal foram impactadas, incluindo as 4106, 4102, 9415, 4103, 8107, 8150, 9204, 8401, 8501, 9501, 103, 102, 903 e 5104, prejudicando milhares de usuários que dependem do serviço diariamente.

Os representantes dos condutores apresentaram diversas reivindicações. Eles exigem a redução da jornada de trabalho, a valorização profissional da categoria e o cancelamento de multas consideradas indevidas.

Os operários afirmaram que só retornarão aos seus postos após todas as suas demandas serem atendidas pela empresa. A mobilização dos condutores expõe a precariedade das condições de trabalho no setor e a intransigência dos empresários.

O Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (SetraBH) divulgou uma nota, classificando a paralisação como ilegal. Segundo a entidade patronal, a paralisação descumpre a Lei de Greve, que exige comunicação prévia de 72 horas e a manutenção de serviços essenciais, requisitos que não foram observados na alegação dos patrões. O SetraBH alega ainda que houve relatos de bloqueio na saída dos ônibus e ameaças a profissionais que tentaram cumprir suas escalas.

A truculência dos patrões para deslegitimar a greve, no entanto, é um reflexo do problema que afeta tanto os trabalhadores quanto a população da capital mineira. Independente do que aleguem, o fato é que são os únicos responsáveis pela interrupção dos serviços, por se recusarem a negociar e atender às necessidades básicas dos trabalhadores.

A empresa Coordenadas busca a normalização do serviço com a mediação do Sindicato dos Trabalhadores em Rodoviários de Belo Horizonte e Região (STTRBH), que acompanha a situação no local. O SetraBH lamentou os transtornos causados à população e reiterou seu compromisso com a prestação regular, segura e responsável do transporte coletivo, o que é uma demagogia barata, desmascarada pelo ataque aos trabalhadores e pelo pouco caso que demonstraram ante a perspectiva de paralisação do serviço de transporte.

É fundamental que os trabalhadores do transporte coletivo de Belo Horizonte mantenham sua mobilização firme até que suas reivindicações sejam plenamente atendidas. Os sindicatos e as organizações de esquerda devem apoiar incondicionalmente a luta dos condutores, denunciando a intransigência patronal e a exploração. A paralisação dos serviços é uma arma legítima da classe trabalhadora para defender seus direitos e arrancar conquistas diante da ganância dos capitalistas, que não hesitam em desrespeitar a lei para manter seus lucros.

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Last Update: 25/06/2025