Entreguista e golpista, o líder da extrema direita foi condenado a 27 anos e três meses de prisão
Por Adilson Araújo, presidente da CTB
Quinta-feira, 11 de setembro de 2025, foi um dia histórico para a democracia e o povo brasileiro.
A condenação do ex-presidente e outros sete líderes da trama golpista, incluindo três generais e um almirante, é um acontecimento inédito e alvissareiro.
Por muito tempo, chefes militares e golpistas de alto coturno viveram em nosso país sob o abrigo da impunidade e esta foi uma das heranças malditas deixadas pelo regime militar.
Realizado de forma serena e respeitando rigorosamente o devido processo legal, o julgamento expressa o fortalecimento e a consolidação da democracia no Brasil.
Provas robustas
Ao longo do julgamento, ficou evidenciado e devidamente comprovado que Jair Bolsonaro liderou a empreitada golpista que culminou na invasão e vandalização das sedes dos Três Poderes em Brasília no fatídico 8 de janeiro de 2023.
Os golpistas estavam determinados a assassinar o presidente Lula, seu vice Geraldo Alckmin e o então presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Alexandre de Moraes. As provas a esse respeito são robustas e não foram desmentidas.
Projeto neofascista
Se o sombrio plano bolsonarista vingasse, estaríamos hoje sob o jugo de uma ditadura neofascista, amargando o retorno das prisões arbitrárias, da censura, da tortura e assassinato de opositores do regime. Tudo isso provavelmente numa escala bem maior que no regime militar, pois na opinião de Jair Bolsonaro a ditadora devia ter matado pelo menos mais 30 mil opositores.
O julgamento e seu resultado, a condenação do ex-presidente e outros líderes golpistas nesse 11 de setembro, devem ser celebrados pelas forças democráticas e progressistas por dar um basta à impunidade e castigar os crimes contra o Estado Democrático de Direito.
Soberania nacional
Ao lado da defesa da democracia, a decisão autônoma e independente dos juízes que compõem a Corte Suprema foi também um ato de afirmação da soberania nacional e rejeição das pressões e chantagens imperialistas, aliadas ao entreguismo infame de Jair e seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro, cujo mandato já devia ter sido cassado.
Ao ignorar os rugidos, tarifas, sanções e ameaças provenientes de Washington, os juízes da Primeira Turma do STF mostraram que o Brasil não vai ficar de joelhos diante do imperialismo, gesto que vai ao encontro da política externa altiva e soberana do governo Lula.
Luiz Fux, uma infeliz indicação da ex-presidente Dilma Rousseff para o STF, foi a lastimável e desonrosa exceção nessa direção.
O julgamento não encerra a luta em defesa da democracia e da soberania nacional, pois, embora decadente, o imperialismo continua vivo e a cada dia mais descarado e arrogante. Sua quinta coluna, capitaneada pelo Clã Bolsonaro, também não deve ser desprezada, embora enfraquecida e relativamente isolada.
É fundamental intensificar o trabalho de esclarecimento e conscientização política da classe trabalhadora, combatendo e denunciando o imperialismo e seus aliados internos, os falsos patriotas que na realidade são entreguistas e, no caso, lacaios de Donald Trump.
O Brasil proclamou sua independência em 1822 para nunca mais retroceder à vil condição de colônia.