Ralph Fiennes no filme ‘Conclave’ – (Divulgação)

O filme “Conclave” (2024), vencedor do Oscar de melhor roteiro adaptado e baseado no livro homônimo de Robert Harris, despertou curiosidade global sobre o processo de escolha de um novo papa.

A produção mescla fatos reais com liberdades criativas, levantando a questão: após a morte de Francisco I, que força o Vaticano a iniciar o processo de escolha por um sucessor, o que no filme condiz com a realidade e o que foi inventado para o drama?

O que é real no filme?

O procedimento do conclave
A obra retrata com precisão os rituais da eleição papal. Os cardeais de fato se reúnem na Capela Sistina, votam em cédulas de papel e o resultado é anunciado pela fumaça (preta para indecisão, branca para eleição).

O isolamento dos cardeais durante o processo também é real. Como destacou Piotr H. Kosicki, professor de história da Universidade de Maryland, ao “New York Times”, todos os rituais no Vaticano são conduzidos “em italiano ou latim. Ponto”.

Tensões políticas na Igreja
O filme acerta ao mostrar as divisões ideológicas entre os cardeais, um aspecto comum em conclaves. Há disputas entre alas conservadoras e progressistas, refletindo debates reais dentro da Igreja Católica.

“Mesmo com pessoas que têm boa vontade e que estão trabalhando pelo melhor da Igreja, pelo bem da Igreja, há desentendimentos. Isso é humano e é normal”, afirmou o reverendo Thomas Reese à rádio NPR.

O que é invenção no filme?

Um cardeal secreto (“in pectore”) participando do conclave
Na trama, um cardeal não revelado publicamente surge no conclave. Na realidade, isso só aconteceria se o papa anterior tivesse divulgado seu nome antes de morrer — algo que não ocorre no filme.

Apostas online e possíveis sucessores do Papa Francisco

Após a morte do pontífice, plataformas de apostas registraram um aumento significativo nas especulações sobre seu sucessor. No Polymarket, mercado de previsões baseado em blockchain, o volume de apostas ultrapassou US$ 2,9 milhões (cerca de R$ 16,9 milhões), tornando a sucessão papal uma das apostas mais movimentadas do momento.

O favorito é o cardeal italiano Pietro Parolin, atual secretário de Estado do Vaticano, com 37% de chances. Conhecido como “vice-papa”, Parolin é visto como um nome de consenso entre alas progressistas e conservadoras. Outros cotados são:

– Luis Antonio Tagle (26%)
– Péter Erdö (8%)
– Peter Turkson (7%)
– Pierbattista Pizzaballa (7%)
– Robert Sarah (5%)
– Matteo Zuppi (5%)
– Raymond Burke (3%)
– Mario Grech (2%)
– Fridolin Ambongo Besungu (1%)

Parolin, de perfil diplomático, teve papel crucial em negociações delicadas, como a reaproximação do Vaticano com China e Vietnã. Apesar de críticas por acordos com regimes autoritários, ele defende que essas ações evitam divisões na Igreja.

O pontífice faleceu na segunda-feira (21), segundo o Vaticano, devido a uma pneumonia bilateral. Ele estava internado desde 14 de fevereiro no Hospital Gemelli, em Roma. O agravamento da infecção pulmonar levou à necessidade de ventilação mecânica e cuidados intensivos.

Francisco já enfrentava problemas respiratórios desde o final de 2022, mas seu estado piorou no fim de 2024, com uma infecção polimicrobiana nos pulmões. Em 18 de fevereiro, os médicos confirmaram a pneumonia bilateral, com acúmulo de muco que dificultou sua recuperação.

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Last Update: 22/04/2025