As falhas do governo Lula em relação à crise democrática na Venezuela demonstram sua falta de habilidade como líder na América do Sul. A política externa do Brasil, guiada por uma visão ideológica, parece favorecer uma ditadura alinhada ao Sul Global em detrimento de uma democracia que apoie Washington. A crise na Venezuela é um teste crucial para a capacidade do governo Lula em formular estratégias e tomar decisões informadas, revelando a debilidade do processo decisório nas relações regionais.
Nicolás Maduro (foto/reprodução internet), consciente de que não abandonaria o poder facilmente, adotou uma estratégia de repressão política e fraude eleitoral muito antes do pleito. A dependência da Venezuela em relação a potências como China, Rússia e Cuba, em vez do Brasil, fragiliza ainda mais a posição brasileira. Além disso, a instabilidade nas democracias vizinhas, como Peru, Equador e Bolívia, reflete os desafios que o Brasil enfrenta na consolidação de sua liderança regional. O antigo postulado de que o Brasil é “líder natural” da América do Sul já não se sustenta e se tornou uma expressão ultrapassada nos círculos diplomáticos.