Imagine um RH livre de planilhas desencontradas e pilhas de formulários. Com a inteligência artificial, não só a parte administrativa ganha velocidade: a análise de dados históricos passa a gerar insights para estratégias de recrutamento, folha de pagamento, desempenho e desenvolvimento de pessoas. Na prática, é a tecnologia dando um empurrãozinho para que o RH deixe de ser apenas operacional e se torne um ator estratégico nos negócios.

O que indicam os números

Segundo uma pesquisa da Distrito, 63,2% das empresas no Brasil utilizam IA principalmente na área de TI, enquanto apenas 44,8% aplicam a tecnologia em Recursos Humanos. E tem mais: menos de um terço das organizações conta com um planejamento robusto para adoção de IA. Em outras palavras, ainda há um longo caminho até que as empresas percebam o potencial transformador de integrar essa inteligência no RH.

Centralizar para crescer

Muitas companhias seguem dependentes de planilhas, sistemas isolados ou até documentos físicos para gerir salários, benefícios e contratações. A IA propõe uma “faxina” digital: unifica tudo em uma única plataforma e agiliza a tomada de decisão. Com os dados conectados, a análise de tendências e cenários se torna mais precisa, permitindo que o RH vá além do apagar incêndios e foque na estratégia.

Para Renan Conde, CEO da Factorial no Brasil, “a centralização promovida pela tecnologia transforma dados em ferramentas estratégicas, aplicáveis desde pequenas padarias até gigantes de tecnologia”.

Os desafios de implementar a IA

Mesmo com todo esse potencial, 34,5% das empresas não têm qualquer estratégia para usar IA no RH, segundo a pesquisa IA for RH. Esse dado é preocupante, pois o setor lida com informações sensíveis – de dados pessoais a salários – que exigem segurança e conformidade rígidas. Falta também conhecimento sobre como a IA pode, de fato, beneficiar o dia a dia do RH, gerando uma experiência que muitas vezes segue fragmentada e pouco eficiente.

“A tecnologia só gera valor real quando os dados são transformados em insights aplicáveis, focando em elementos como custos e produtividade”, explica Conde, reforçando que, sem planejamento, a implantação pode ficar restrita a soluções pontuais.

Muito além da automação

A IA no RH não se resume a agilizar tarefas repetitivas; ela pode prever cenários futuros, personalizar programas de treinamento e orientar contratações mais acertadas. No cotidiano, essa inteligência está cada vez mais naturalizada: integra-se ao WhatsApp, à Siri e, no caso da Factorial, intensifica a automação dos processos de RH.

Segundo Conde, a verdadeira inovação acontece quando as ferramentas se tornam acessíveis a todos, inclusive para quem tem pouca afinidade com tecnologia. Ou seja, o grande trunfo da IA é aproximar pessoas e processos, não substituí-los.

Agilidade, segurança e personalização

A tecnologia não rouba a cena do fator humano, apenas potencializa a tomada de decisão ao reunir e analisar dados que antes estavam espalhados.

Para Conde, “a eficiência aliada à inovação é o caminho mais promissor para o futuro do RH”. Ao centralizar processos e aprofundar o uso de dados, a IA se consolida como elemento-chave para a competitividade. O desafio agora é superar o receio inicial e abraçar essa mudança de mentalidade, que pode redefinir todo o setor de Recursos Humanos.

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Last Update: 17/02/2025