Um estudo recente analisou o papel do Venture Capital (VC) no desenvolvimento de tecnologias voltadas à agenda climática. Ele mapeou 1.558 negócios e 1.971 rodadas de investimento, destacando tanto as oportunidades quanto os desafios do setor.
O relatório foi conduzido pela KPTL, gestora do Fundo Floresta e Clima, em parceria com o Fundo Vale e a Impacta Finanças Sustentáveis. A pesquisa fornece um panorama abrangente do mercado nacional e global, com foco nas iniciativas de Floresta e Clima.
Mercado global de Venture Capital climático
Globalmente, o estudo indica que o financiamento de soluções climáticas está em expansão. Corporações e instituições financeiras têm diversificado seus investimentos.
Ao mesmo tempo, regulações têm destinado bilhões de dólares a projetos sustentáveis. Essas iniciativas impulsionam o desenvolvimento de tecnologias em setores como agricultura e energia, ampliando alternativas de baixo carbono.
Brasil
No Brasil, o cenário de Venture Capital é mais recente. Três setores concentram os investimentos em Floresta e Clima: agropecuária e sistemas alimentares (45%), energia e biocombustíveis (17%) e florestas e uso do solo (11%).
Segundo Renato Ramalho, CEO da KPTL, o relatório foi estruturado para oferecer uma visão ampla e baseada em dados. Ele destacou: “Buscamos orientar nossas iniciativas em Floresta e Clima”.
Negócios florestais enfrentam obstáculos
No entanto, negócios ligados a florestas ainda enfrentam desafios. Entre eles, o baixo investimento em pesquisa e regulações pouco desenvolvidas dificultam avanços.
Além disso, apenas 10% dos negócios analisados têm foco em reflorestamento e restauração. Essas iniciativas exigem altos custos iniciais e possuem retorno demorado, o que dificulta a atração de capital.
Gustavo Luz, do Fundo Vale, apontou que destravar gargalos estruturantes é essencial. Ele afirmou que tecnologias voltadas para eficiência e rastreabilidade podem acelerar essa agenda.
Iniciativas para atrair investidores avançam
Apesar dos desafios, algumas iniciativas estão progredindo. Soluções como créditos de carbono e tecnologias de monitoramento tornaram os negócios florestais mais atrativos para investidores.
Felipe Vignoli, fundador da Impacta Finanças Sustentáveis, ressaltou a importância do investimento em tecnologias específicas. Ele disse: “O investimento é fator chave para escalabilidade e eficiência”.
Foco no impacto ambiental e financeiro
Desde 2013, a KPTL tem priorizado investimentos em sustentabilidade. Em 2022, lançou o Fundo Floresta e Clima para ampliar o impacto do setor.
Mais recentemente, criou o Amazonia Regenerate Accelerator and Investment Fund com US$ 11 milhões iniciais. O objetivo é atrair investidores internacionais e alcançar US$ 30 milhões nos próximos 18 meses.