Erika Hilton, líder do PSOL na Câmara dos Deputados, se destaca entre os parlamentares da esquerda. Foto: reprodução

Com 3,7 milhões de seguidores no Instagram e vídeos que ultrapassam 100 milhões de visualizações, a deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) tem se destacado como a maior liderança da esquerda no Congresso e nas redes sociais. Primeira mulher trans eleita por São Paulo para a Câmara dos Deputados, ela aumentou sua projeção ao pautar temas como a regulamentação do Pix e o fim da escala de trabalho 6×1, além de combater pautas conservadoras no Congresso.

Sua ascensão a colocou no radar inclusive da oposição, revoltada com sua atuação e estilo de comunicação. Em janeiro, a parlamentar protocolou um pedido na Polícia Federal para investigar ameaças de morte recebidas após publicar um vídeo contra fake news sobre o Pix. Segundo Erika, as mensagens incluem discursos transfóbicos e sugestões de violência, algumas associando seu nome a “projetos” de assassinato.

A deputada tem conquistado um público que vai além de sua base tradicional, com uma comunicação que une firmeza e didática — virtudes que faltam a muitos políticos de esquerda.

Em vídeos que viralizam rapidamente, ela aborda temas complexos de forma acessível, como no caso da defesa do monitoramento do Pix, que alcançou mais de 105 milhões de visualizações e rivalizou com a fake news do deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), principal nome da extrema-direita nas redes.

Erika Hilton atribui seu sucesso à capacidade de “furar a bolha” e dialogar com um público amplo. “As pessoas não estão assistindo à TV Câmara ou compreendendo a linguagem robusta que os deputados usam”, afirmou em entrevista ao Globo. “Elas estão acompanhando influenciadores que, muitas vezes, estão induzindo o jogo do tigrinho”.

Raquel Recuero, pesquisadora da Universidade Federal de Pelotas (Ufpel), destaca que o engajamento orgânico de Hilton é resultado de uma comunicação objetiva e temas que ressoam com a audiência. “Ela se comunica com o que as pessoas querem debater, e isso impulsiona a mensagem mais longe”, explicou.

A popularidade da deputada nas redes sociais não passou despercebida pela oposição. Aliados de Nikolas Ferreira a acusam de “surfar na onda” do bolsonarista, que teria um “DNA intrínseco nas redes sociais”. Além disso, adversários criticam sua atuação como mais “midiática” do que política, citando sua presença em eventos como a São Paulo Fashion Week e capas de revistas de moda.

Hilton rebate as críticas, afirmando que há um incômodo com sua capacidade de atuação e diálogo. “As pessoas não fazem críticas ao meu trabalho nas redes sociais, fazem ameaças de morte, menosprezam a minha identidade e tentam diminuir a minha capacidade”, disse.

O engajamento da psolista já começa a se refletir no cenário político. Nas eleições municipais de 2024, candidatos apoiados por ela tiveram desempenho expressivo.

No Rio de Janeiro, o tiktoker e ex-balconista Rick Azevedo (PSOL-RJ), apoiado por Erika Hilton, foi o vereador mais votado. Ele ganhou notoriedade ao criar o movimento Vida Além do Trabalho (VAT), que defende o fim da jornada de trabalho 6×1.

Já em São Paulo, Amanda Paschoal (PSOL-SP), ex-assessora da deputada e única mulher trans eleita para a Câmara Municipal, liderou a votação no campo da esquerda.

Amanda Paschoal destacou que Hilton consegue “humanizar as pautas de identidade” e aproximar as pessoas com ferramentas inovadoras, construindo uma imagem de “diva pop da política”.

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Last Update: 03/02/2025