O IPCA-15 de janeiro foi de 0,11%. Com isso, a variação anual caiu para 4,5% – ficando dentro da meta, se fosse o IPCA. IPCA-15 é uma prévia do índice principal.

Mas permite várias leituras.

Por exemplo, em 12 meses houve queda nos grupos de Alimento e Bebidas, Habitação, Despesas Pessoais e Educação. E alta em Artigos de Residência, Vestuário, Transportes, Saúde e Cuidados Pessoais e Comunicação.

Cada grupo de despesas tem uma ponderação – isto é, quanto pesa no orçamento das famílias. Às vezes um grupo pode ter uma grande alta, mas com pouca influência no resultado final.

Por exemplo, analise os dados do IPCA-15 de janeiro, devidamente ponderados. Repare que Alimentação e Bebidas pressionou o índice em 0,23 ponto, enquanto Habitação derrubou em 0,52 ponto.

Vamos ver como ficaria o índice se expurgado de alguns desses grupos de produtos. Para fazer isso, precisamos recalcular todos os pesos, de tal modo que a soma final continue dando 100.

1. Sem Alimentação e Bebidas

Nesse caso, o IPCA-15 cairia de +0,11 para -0,15%.

Vamos analisar quais produtos aumentaram mais ou cairam mais. Repare que filé mignon cresceu menos do que muitos outros produtos. Mas seu peso é maior.

2. Habitação

Aqui está o busílis da questão. Se não fosse a grande queda de 3,43%, o IPCA-15 teria sido de +0,75%, e não de 0,11.

E aí se percebe que o grande fator de queda foi energia elétrica residencial, que despencou 15,34%

A queda acentuada deve-se à incorporação do “Bônus de Itaipu” nas faturas emitidas nesse mês. Esse bônus, resultante do saldo positivo da Hidrelétrica de Itaipu, proporcionou descontos entre R$ 16,66 e R$ 49 para aproximadamente 78 milhões de consumidores que tiveram consumo inferior a 350 kWh em pelo menos um mês de 2023.

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Last Update: 28/01/2025