O Comitê de Luta Araraquara em Defesa da Palestina divulgou uma carta aberta em que denuncia o genocídio permanente promovido pela entidade sionista contra a população palestina e outros povos do Oriente Médio. O texto afirma que a ofensiva intensificada desde 7 de outubro de 2023 já despejou sobre Gaza quantidade de explosivos equivalente a oito bombas nucleares de Hiroxima, destruindo praticamente toda a infraestrutura civil da região.
Segundo dados citados, o número oficial de mortos chega a 62 mil pessoas, em sua maioria mulheres e crianças, mas organizações independentes estimam que os assassinatos ultrapassem 450 mil palestinos, o que configuraria o maior massacre proporcional da história recente. A carta também denuncia os ataques de “Israel” ao Líbano, Síria, Iêmen e Irã.
O Comitê critica a postura de grande parte da esquerda brasileira, que mantém silêncio diante do genocídio. O texto ressalta que, enquanto se condena o racismo em casos isolados dentro do país, pouco ou nada se faz contra o que define como “o principal projeto racista do século: a limpeza étnica da Palestina para impor uma colonização europeia”.
A iniciativa cobra dos partidos, sindicatos e organizações estudantis que superem a paralisia e se somem à mobilização. Até agora, confirmaram participação no protesto o PCO, a UP e um setor do PSOL, além de apoiadores dentro da CUT de São Carlos, da APEOESP e do Sindicato dos Metalúrgicos de Araraquara.
O Comitê finaliza a carta convocando a população para uma manifestação neste sábado (30), às 9h, em Araraquara, com a palavra de ordem “Lula, rompa relações com ‘Israel’!”. O Comitê faz um chamado aos partidos políticos, sindicatos, organizações estudantis e vereadores de cidades vizinhas, como Matão, Taquaritinga, São Carlos e Ribeirão Preto, para que compareçam e rompam o isolamento imposto à luta em defesa da Palestina.
Carta aberta à esquerda de Araraquara e região
“Israel” comete um genocídio permanente contra a população palestina e os cidadãos dos países da região, sendo esse genocídio uma peça fundamental para a dominação do imperialismo sobre o mundo. Desde 7 de outubro de 2023, no entanto, esse processo se intensificou com a quantidade de explosivos despejados sobre a Faixa de Gaza, equivalente a oito bombas nucleares como a usada pelos EUA em Hiroshima, há 80 anos. Esse intenso bombardeio à população civil resultou na destruição de praticamente todos os hospitais, escolas, universidades, centros de ajuda humanitária e toda a infraestrutura da região.
Em termos de vítimas fatais, oficialmente, o número de mortos é de cerca de 62 mil pessoas, sendo a maioria mulheres e crianças. No entanto, algumas organizações afirmam que os números podem ultrapassar 450 mil mortos, levando em consideração que, antes de outubro de 2023, a população da Faixa de Gaza era de aproximadamente 2,2 milhões. Esse massacre torna o genocídio na região o maior em termos percentuais entre os registrados até hoje. A isso, somam-se os ataques de “Israel” ao Líbano, com bombardeios intensos à infraestrutura e à população civil, além dos ataques à Síria, ao Iêmen e ao Irã.
Nos últimos anos, a questão do racismo tem sido discutida no Brasil, onde algumas pessoas são condenadas ou alvo de severas críticas públicas por usarem termos considerados racistas por certos setores. Não se aceita tolerância em relação àqueles que cometem tais atos. Contudo, quando se trata da luta contra o genocídio na Palestina, um projeto abertamente racista que propõe a limpeza étnica da população indígena da região em benefício de uma população colonizadora europeia, o compromisso de grande parte da esquerda em denunciar e participar da mobilização é praticamente nulo.
O Comitê de Luta Araraquara em Defesa da Palestina mobiliza-se para romper com o cerco imposto no Brasil à mobilização em apoio aos palestinos e organizará, no próximo sábado, às 9h da manhã, uma manifestação em protesto contra o genocídio na Palestina e pelo rompimento das relações com “Israel”.
Até o momento, apenas o PCO, a UP e um setor do PSOL confirmaram presença, mesmo após este comitê ter enviado ofícios à maioria das organizações de esquerda da cidade, além de centros acadêmicos da Unesp e sindicatos. Contamos também com o apoio de setores do PT dentro da CUT de São Carlos, da APEOESP e do Sindicato dos Metalúrgicos de Araraquara. Por outro lado, temos recebido o silêncio ou declarações de não participação.
Quem pensa que essa capitulação trará benefícios está enganado. No ano que vem, as eleições darão a resposta àqueles que lutam contra o racismo de forma abstrata, mas fecham os olhos para a principal manifestação racista do século por motivos mesquinhos. Além disso, a capitulação tem levado a um controle ainda maior dos Estados Unidos e de “Israel” sobre o Brasil, com prisões ilegais e arbitrárias, como a de Lucas Passos, preso há quase dois anos por ter viajado ao Líbano e pesquisado sobre sinagogas no Brasil, e com o impedimento da entrada de palestinos e outras pessoas árabes ou islâmicas em nosso país.
Sendo assim, pedimos novamente que as organizações de esquerda da cidade, sobretudo os partidos políticos, mas também os sindicatos, as organizações estudantis e todos os ativistas de Araraquara e região, e os vereadores de esquerda de Araraquara e das cidades vizinhas, como Matão, Taquaritinga, São Carlos, Ribeirão Preto e outras, superem a paralisia e o sectarismo e participem da manifestação “Lula, rompa relações com ‘Israel’!”