A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados aprovou um projeto que restringe a autonomia do Supremo Tribunal Federal em questões em que o Congresso Nacional não tomou posição.

A proposta, apresentada pela deputada Chris Tonietto (PL-RJ) em 2020, visa garantir a aplicação da Constituição em casos em que é necessário uma ação legislativa ou administrativa.

O projeto segue em caráter conclusivo e, portanto, seguirá direto ao Senado sem passar pelo plenário.

De acordo com o texto original, não será objeto de ADO a matéria que tenha tramitado na Câmara ou no Senado nos últimos cinco anos.

A versão do relator, Gilson Marques (Novo-SC), acrescenta que não caberá ADO para questionar a conveniência e a oportunidade de uma lei ou providência administrativa.

O relator afirma que a proposta é uma ferramenta para impedir “crescentes incursões do STF na esfera política”. Ele citou como exemplo a ADO 26, julgada procedente pelo STF em 2019, que reconheceu a omissão do Congresso em criminalizar a homofobia e a transfobia.

A deputada Erika Kokay (PT-DF) disse que a omissão do Parlamento, quando ocorre de forma dolosa, “representa vilipendiar ou ferir os preceitos e os conceitos principiológicos que constam da Constituição”.

Ela afirmou que não se trata de disputa entre Legislativo e Judiciário. “O que se quer aqui é cassar o direito da população, da sociedade civil, de buscar fazer valer o que está previsto na Constituição como um princípio. O direito de buscar que esses conceitos e esses princípios sejam traduzidos em realidade nas suas vidas.”

(Com informações da Agência Câmara)

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Última Atualização: 28/08/2024