O comércio exterior da China registrou crescimento em abril de 2025, mantendo trajetória de expansão apesar de restrições tarifárias impostas por parceiros comerciais, como os Estados Unidos.
Dados divulgados pela Administração Geral das Alfândegas da China (GAC) nesta sexta-feira (9) indicam que o valor total das importações e exportações alcançou 3,84 trilhões de yuans (aproximadamente US$ 531,46 bilhões), o que representa um crescimento de 5,6% em relação ao mesmo mês do ano anterior.
As exportações totalizaram 2,27 trilhões de yuans, com aumento anual de 9,3%, enquanto as importações somaram 1,57 trilhão de yuans, alta de 0,8%. No acumulado de janeiro a abril, o comércio de mercadorias do país alcançou 14,14 trilhões de yuans, crescimento de 2,4% em comparação ao mesmo período de 2024.
O avanço das exportações no primeiro quadrimestre foi de 7,5%, atingindo 8,39 trilhões de yuans, enquanto as importações caíram 4,2%, totalizando 5,75 trilhões de yuans. A taxa de crescimento geral do comércio acelerou 1,1 ponto percentual em relação ao primeiro trimestre.
Entre os principais parceiros comerciais da China, a Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) permaneceu na liderança, com um volume de comércio de 2,38 trilhões de yuans no período de janeiro a abril, aumento de 9,2% na comparação anual.
O bloco respondeu por 16,8% do comércio total da China no período. As exportações para a ASEAN cresceram 12,6%, somando 1,48 trilhão de yuans, enquanto as importações subiram 4%, para 895,17 bilhões de yuans.
A União Europeia foi o segundo principal parceiro comercial, com um total de 1,78 trilhão de yuans em comércio, crescimento de 1,1% em relação ao ano anterior.
As exportações chinesas para o bloco europeu aumentaram 6,1%, chegando a 1,21 trilhão de yuans, ao passo que as importações recuaram 8,1%, para 563,59 bilhões de yuans.
Os Estados Unidos ocuparam a terceira posição, com intercâmbio comercial de 1,44 trilhão de yuans entre janeiro e abril, o que representa uma queda de 2,1% e 10,2% de participação no total.
As exportações da China para os EUA caíram 1,5%, totalizando 1,07 trilhão de yuans, enquanto as importações diminuíram 3,7%, para 369,95 bilhões de yuans.
As trocas comerciais com países envolvidos na Iniciativa Cinturão e Rota totalizaram 7,25 trilhões de yuans no mesmo período, alta de 3,9% na comparação com os primeiros quatro meses de 2024.
As empresas privadas responderam pela maior fatia das transações, com importações e exportações de 8,05 trilhões de yuans, aumento de 6,8% em relação ao ano anterior e participação de 56,9% no comércio exterior total da China.
O percentual representa crescimento de 2,3 pontos percentuais em relação ao mesmo período do ano passado.
Empresas com investimento estrangeiro registraram volume de comércio de 4,1 trilhões de yuans no período, avanço de 1,9% e 29% de participação no total.
No segmento de produtos, os bens eletromecânicos representaram mais de 60% das exportações totais. As vendas externas dessa categoria atingiram 5,04 trilhões de yuans, com alta de 9,5% em relação ao mesmo período de 2024.
Entre os destaques, as exportações de equipamentos e componentes para processamento automático de dados somaram 458,71 bilhões de yuans, crescimento de 5,6%.
As exportações de circuitos integrados avançaram 14,7%, alcançando 405,15 bilhões de yuans, enquanto as exportações de veículos automotores chegaram a 264,98 bilhões de yuans, alta de 4%.
Em entrevista ao jornal Global Times, Zhou Mi, pesquisador da Academia Chinesa de Comércio Internacional e Cooperação Econômica, afirmou que a indústria manufatureira chinesa manteve sua capacidade de adaptação às exigências do mercado global.
Segundo ele, os resultados também refletem o impacto de medidas voltadas à ampliação de parcerias comerciais, facilitação alfandegária e reforço da infraestrutura logística.
Zhou destacou ainda que a abertura da economia chinesa está sendo ampliada por meio de reformas que favorecem o fluxo comercial bidirecional.
O pesquisador observou que o fortalecimento do mercado interno também contribui para o aumento do consumo e para a geração de novas oportunidades para importações.
Apesar das tarifas comerciais aplicadas por países como os Estados Unidos, os dados oficiais indicam continuidade na expansão do comércio exterior chinês e resiliência do setor manufatureiro às pressões externas.
A GAC não mencionou impactos diretos das medidas tarifárias nos dados divulgados, mas observou que o crescimento das exportações foi puxado principalmente por produtos tecnológicos e bens de alto valor agregado.