O presidente Lula (PT) virou alvo de críticas após fazer uma declaração, em tom de piada, sobre o aumento da violência contra a mulher após jogos de futebol.

O comentário foi feito na terça-feira 16, durante uma reunião com o setor da indústria de alimentos no Palácio do Planalto.

“Hoje eu fiquei sabendo de uma notícia triste, uma notícia que tem pesquisa, Haddad, que mostra que depois do jogo de futebol, aumenta a violência contra a mulher. Inacreditável”, disse Lula.

“Se o cara é corintiano, tudo bem, como eu, mas eu não fico nervoso quando perco, eu lamento profundamente”, completou.

O presidente foi criticado nas redes sociais e acusado de machismo e misoginia por usuários. A Anistia Brasil, organização ligada à defesa dos direitos humanos, destacou que o comentário de Lula ‘normaliza uma tragédia brasileira que deveria preocupar todo mundo, principalmente o presidente’, referindo-se ao fato de que pelo menos 10,6 mil mulheres foram vítimas de feminicídio desde 2015, quando a lei tipificou o crime.

O caso também serviu de palco para opositores políticos, como o senador Ciro Nogueira (PP-PI), ex-ministro da Casa Civil no governo Bolsonaro, que escreveu em seu perfil no X (antigo Twitter): “Bater em mulher tudo bem, presidente Lula? Já tinha dito ‘quer bater em mulher, vai bater em outro lugar’, sobre a violência doméstica. E agora diz que Corinthians pode? É I-na-cei-tá-vel!”. Michelle Bolsonaro, mulher de Bolsonaro, evocou a acusação de agressão contra Luís Cláudio Lula da Silva e questionou se o “filho aprendeu com o pai”.

Procurada por CartaCapital, a Secretaria de Comunicação Social da Presidência afirmou, por meio de nota, que “em nenhum momento o presidente Lula endossa ou endossou a violência contra as mulheres”.

“O respeito às mulheres é valor inegociável em todas as esferas do Governo Federal e, desde o início de 2023, a atual gestão tem atuado de forma sistemática para ampliar continuamente as oportunidades e a proteção para este público”, prossegue a pasta. “Entre as diversas ações instituídas para o enfrentamento da violência contra as mulheres estão: o lançamento do Pacto Nacional de Prevenção aos Feminicídios; inauguração de novas Casas da Mulher Brasileira, avanços na Lei Maria da Penha, entre outras.”

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Última Atualização: 18/07/2024