O presidente Lula (PT) virou alvo de críticas após fazer uma declaração, em tom de piada, sobre o aumento da violência contra a mulher após jogos de futebol.
“Hoje eu fiquei sabendo de uma notícia triste, uma notícia que tem pesquisa, Haddad, que mostra que depois do jogo de futebol, aumenta a violência contra a mulher. Inacreditável”, disse Lula.
“Se o cara é corintiano, tudo bem, como eu, mas eu não fico nervoso quando perco, eu lamento profundamente”, completou.
O presidente foi criticado nas redes sociais e acusado de machismo e misoginia por usuários. A Anistia Brasil, organização ligada à defesa dos direitos humanos, destacou que o comentário de Lula ‘normaliza uma tragédia brasileira que deveria preocupar todo mundo, principalmente o presidente’, referindo-se ao fato de que pelo menos 10,6 mil mulheres foram vítimas de feminicídio desde 2015, quando a lei tipificou o crime.
O caso também serviu de palco para opositores políticos, como o senador Ciro Nogueira (PP-PI), ex-ministro da Casa Civil no governo Bolsonaro, que escreveu em seu perfil no X (antigo Twitter): “Bater em mulher tudo bem, presidente Lula? Já tinha dito ‘quer bater em mulher, vai bater em outro lugar’, sobre a violência doméstica. E agora diz que Corinthians pode? É I-na-cei-tá-vel!”. Michelle Bolsonaro, mulher de Bolsonaro, evocou a acusação de agressão contra Luís Cláudio Lula da Silva e questionou se o “filho aprendeu com o pai”.
Procurada por CartaCapital, a Secretaria de Comunicação Social da Presidência afirmou, por meio de nota, que “em nenhum momento o presidente Lula endossa ou endossou a violência contra as mulheres”.
“O respeito às mulheres é valor inegociável em todas as esferas do Governo Federal e, desde o início de 2023, a atual gestão tem atuado de forma sistemática para ampliar continuamente as oportunidades e a proteção para este público”, prossegue a pasta. “Entre as diversas ações instituídas para o enfrentamento da violência contra as mulheres estão: o lançamento do Pacto Nacional de Prevenção aos Feminicídios; inauguração de novas Casas da Mulher Brasileira, avanços na Lei Maria da Penha, entre outras.”