Na manhã desta terça-feira (10), a expedição Sumud (resiliência, em Árabe) chegou à cidade portuária de Sfax, na Tunísia, e segue “marchando firmemente em direção a Ben Guerdane e à fronteira com a Líbia – unidos num propósito, inabaláveis ​​no compromisso”, conforme noticiado pelo portal de comunicação Eye On Palestine.

A expedição é liderada pela sociedade civil da Tunísia, e consiste em um comboio terrestre de inúmeros veículos e milhares de pessoas, que se dirige ao Egito, com o objetivo de romper, através da cidade de Rafá, o bloqueio terrestre a Gaza, imposto por “Israel”.

Conforme informado pelo portal de notícias The Cradle, citando organizadores da expedição, mais de 7 mil voluntários de todo o Magrebe (região no norte da África que abrange Marrocos, Tunísia, Mauritânia, Argélia, Líbia e Saara Ocidental) confirmaram participação. 

Os organizadores também declararam que a iniciativa é uma resposta ao bloqueio marítimo imposto a Gaza por “Israel”, bem como uma tentativa de pressionar o Egito a abrir a fronteira com Rafá, para que seja possível a entrada desimpedida de ajuda humanitária, bem como a evacuação de palestinos que precisam de atendimento médico.

The Cradle informa igualmente que a expedição recebeu apoio de importantes instituições na Tunísia, como Sindicato Geral dos Trabalhadores, o Sindicato dos Jornalistas e a Liga para a Defesa dos Direitos Humanos.

Em declaração, a Frente Democrática pela Libertação da Palestina (FDLP) saudou a iniciativa, descrevendo a Marcha “Sumud” do Magrebe como “um clamor do Grande Magrebe Árabe e seus povos em ascensão aos nossos povos árabes em todos os lugares, para se unirem à Faixa de Gaza na lendária batalha da firmeza diante da matança sistemática e da fome nas mãos do Estado fascista israelense, liderado pela gangue do criminoso de guerra Benjamin Netaniahu, procurado pela justiça internacional”, conforme noticiado pela agência de notícias Saba, do Iêmen.

Foi igualmente afirmado na declaração que “a realização da marcha dos fardos da terra até a travessia de Rafah, para anunciar seu apoio à firmeza de nosso povo, é um passo histórico, anunciando uma nova fase de luta para nossas massas árabes, que têm a responsabilidade de se engajar no confronto do projeto sionista, do qual o criminoso de guerra Netaniahu se gaba, dizendo que está reestruturando o Oriente Médio, com todos os perigos que isso acarreta, que ameaçam a soberania de nossos países árabes, sua estabilidade e segurança, e seu direito de construir seu futuro, seguros de seu direito de investir sua riqueza longe de todas as formas de pilhagem colonial ocidental”.

Ao fechamento desta edição, a expedição já havia chegado à cidade de Ben Guerdane, fronteira com a Líbia. Quando o comboio chegar a Cairo, Egito, mais manifestantes devem se juntar à expedição.  

O governo egípcio ainda não emitiu autorizações de passagem, conforme noticiado pelo The Cradle.

“Israel” e EUA perpetram novo massacre contra palestinos que buscavam comida e ajuda

Mais um massacre contra palestinos famintos foi perpetrado nesta terça-feira (10). Novamente, as forças israelenses de ocupação atiraram contra palestinos que tentavam obter comida e ajuda humanitária em um dos “centros de ajuda humanitária” gerenciados pelos Estados Unidos e por “Israel”.

O centro se localiza na parte sul do Corredor Netzarim, faixa de terra ocupada pelos sionistas que divide Gaza no meio, impedindo o deslocamento de palestinos do norte ao sul do enclave, e vice-versa.

Mais de 20 palestinos foram mortos, e dezenas outros feridos. Em declaração, o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) denunciou o crime, afirmando que “personifica a brutalidade do plano sionista de exterminar nosso povo” Leia a declaração na íntegra:

“Comunicado à Imprensa

O massacre cometido pelas forças de ocupação sionistas esta manhã – alvejando civis famintos com tiros reais enquanto tentavam obter ajuda humanitária de um ponto de distribuição na área do “Corredor Netzarim”, ao sul da Cidade de Gaza – constitui um crime de guerra hediondo e confirma a adesão da ocupação a uma política sistemática de extermínio em massa e fome, desafiando a vontade internacional e todas as convenções humanitárias.

O crime resultou na morte de pelo menos 20 civis e dezenas de feridos, em uma cena sangrenta que personifica a brutalidade do plano sionista de exterminar nosso povo.

Este mecanismo sangrento adotado pela ocupação sob falsa cobertura humanitária tornou-se uma armadilha mortal que ceifou mais de 150 vidas desde sua implementação, incluindo crianças e mulheres, refletindo uma política calculada para perpetuar a fome e exaurir civis, como parte do genocídio cometido à vista de todos.

Movimento de Resistência Islâmica – Hamas

10 de junho”

Este não foi o único massacre perpetrado por “Israel” nesta terça-feira, contra palestinos que buscavam ajuda nos “centros”. Somando todos que ocorreram, 36 palestinos foram mortos e mais 208 foram feridos. De forma que, desde que esses centros foram estabelecidos, o número de palestinos que buscavam comida e ajuda, e que foram executados, já chegou a 163. Pelo menos 1.495 foram feridos.

Em nota publicada no dia anterior (09), o Gabinete de Imprensa do Governo de Gaza já havia denunciado que a Gaza Humanitarian Foundation (GHF) [organização que gerencia os centros] foi, e continua sendo, cúmplice de um crime organizado que visa civis sob a sedução da ‘ajuda’”, acrescentando que “ a GHF descumpre completamente os princípios básicos do trabalho humanitário:

  • Neutralidade: Colabora em campo com o exército de ocupação e segue suas diretrizes, incluindo a divulgação de avisos a civis famintos.
  • Imparcialidade: Opera sob uma clara agenda de segurança “israelense”, servindo aos objetivos da ocupação de subjugar a população.
  • Independência: Recebe financiamento e instruções de governos estrangeiros e do exército “israelense”.
  • Humanidade: Nunca apoiou os civis, mas tem sido uma ferramenta de pressão, fome e assassinato.

Consequentemente, o Gabinete exorta “o mundo a rejeitar o engano desta organização, que pratica a criminalidade sistemática e organizada”, afirmando que “a comunidade internacional deve acabar com esse preconceito cego, pôr fim a esse desastre moral e permitir a entrada de dezenas de milhares de caminhões de ajuda humanitária em agências da ONU que há muito tempo operam em apoio a refugiados e civis, agências com competência comprovada e adesão a princípios humanitários genuínos”.

“Israel” lança maior ofensiva contra Nablus (Cisjordânia) em anos

Conforme noticiado pelo canal de comunicação Resistance News Network (RNN), a ofensiva concentrou-se da Cidade Velha de Nablus. Bloqueio total e toque de recolher foram impostos pelas forças de ocupação, utilizando 35 veículos blindados para bloquear todas as entradas e impedir a movimentação da população.

Igualmente, utilizam-se de VANTs (drones), que infestam os céus de Nablus e de seu campo de refugiados.

RNN também informa que “por mais de 11 horas, soldados invadiram casas nos bairros de Yasmina, Qaryoun, Aqaba e Kroom Ashour e ao longo da Rua al-Nasr, destruindo propriedades e transformando várias casas — incluindo a casa da família Dalal e outra em Kroom Ashour — em postos militares improvisados

Mais de 20 palestinos (a maioria prisioneiros que haviam sido libertos) foram presos, e os ataques perpetrados pelas forças de ocupação, que se utilizaram de gás lacrimogêneo, balas de borracha e mesmo munição viva, resultaram em inúmeros feridos, bem como na morte de um palestino.

Não bastando, os invasores israelenses bloquearam repetidamente o acesso das ambulâncias aos feridos, ainda baleando um médico com munição real, e os paramédicos foram forçados a retirar famílias e crianças de suas casas em meio ao ataque em andamento, informou a RNN

Além do ataque a Nablus, “Israel” segue em sua ofensiva contra Jenin.

Em informe diário, o Comunicado do Comitê de Mídia no Campo de Jenin denunciou que os invasores “israelenses anunciaram um plano para demolir cerca de 100 casas no Campo de Jenin nas próximas 72 horas”, acrescentando que mapas com os alvos foram distribuídos, e esse novo plano segue a destruição de mais de 66 casas ocorrida em março”.

Conforme informado pelo Comitê, “desde o início da ofensiva em 21 de janeiro, as forças de ocupação realizam ataques constantes, prisões e demolições com uso intensivo de máquinas militares. Até agora, 600 casas foram totalmente destruídas no Campo de Jenin e as demais estão danificadas ou inabitáveis”, acrescentando que “a infraestrutura e propriedades da cidade também foram amplamente destruídas”, o que resultou na expulsão de cerca de 22 mil pessoas de suas casas.

Resistência combate gangue de saqueadores que está a serviço de “Israel”

Na noite de segunda-feira (9), confrontos intensos ocorreram entre a Unidade Flecha do Hamas e a milícia de Yasser Abu Shabab, grupo apoiado por israelenses e ligado ao Estado Islâmico (EI).

Os confrontos ocorreram na região central da Faixa de Gaza e as forças israelenses de ocupação intervieram em apoio à gangue de Abu Shabab, sendo o primeiro bombardeio de “Israel” contra Gaza em apoio a essa milícia contrarrevolucionária.

Em que pese o apoio de “Israel”, a resistência abateu quatro contrarrevolucionários no confronto.

Conforme noticiado pela RNN, após os confrontos, “dezenas de caminhões de ajuda foram saqueados por gangues no centro e norte da Faixa de Gaza”.

Na manhã desta terça-feira, a resistência prendeu Issam Al-Nabahin, um deputado do líder da gangue Yasser Abu Shabab. Antes da guerra, ele estava presos em Gaza por ter matado um policial, mas escapou com a eclosão da guerra, e vinha roubando posteriormente caminhões de ajuda humanitária. RNN informa que antes disto ele lutou com o ISIS no Egito.

Fontes da Resistência Palestina denunciam que por trás da gangue de Abu Shabab está não apenas “Israel”, mas uma agência de inteligência árabe não especificada. Ela estaria fornecendo-lhes dinheiro, veículos, óculos de visão noturna e muito mais, assim como faz “Israel”.

Já no dia 08, RNN divulgou vídeo publicado por Ghassan Al-Dahini, um líder da gangue de Abu Shabab,em que ele é visto com um carro com placas dos Emirados Árabes Unidos. No vídeo, ele também é visto “saudando o deputado das Forças da Autoridade Palestina (AP), Anwar Rajab”.

Novo fracasso de “Israel” no combate à Resistência

Conforme vem sendo noticiado neste Diário, o Hamas e demais organizações da Resistência Palestina vem realizando ações diárias contra os invasores israelenses, eliminando e ferindo vários, vem capturando VANTs (drones) e destruindo tanques e escavadeiras militares.

Em demonstração do fracasso de “Israel” em derrotar a Resistência, e de como as ações de guerrilha estão progressivamente derrotando as forças de ocupação, a Rádio do Exército Israelense afirma que as forças de ocupação retiraram a 252ª Divisão de Gaza devido à “exaustão psicológica” e “física” sofrida pelos soldados. A 252ª Divisão estava estacionada no Eixo Netzarim e no norte de Gaza.

Conforme apontado pelo Hamas, em declaração publicada nesta segunda-feira, “a resistência trava uma guerra de atrito em resposta ao genocídio contra civis e surpreende o inimigo diariamente com novas táticas de campo […] a ‘vitória absoluta’ de que Netanyahu fala não passa de uma ilusão para enganar seu público. A guerra que Netanyahu desejava sem fim tornou-se um fardo diário e será seu fim político e pessoal, após o colapso da ilusão de uma resolução rápida”.

Categorized in:

Governo Lula,

Last Update: 11/06/2025