O presidente Lula liderou, nesta quinta-feira (24), a reunião de pré-lançamento da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, bandeira crucial do governo brasileiro na presidência rotativa do G20. O esforço tem por objetivo promover a coesão de políticas públicas entre os países do bloco visando à diminuição da miséria no mundo. O Brasil defende que os mais ricos financiem o enfrentamento às desigualdades socioeconômicas. Emocionado, o petista falou da experiência da fome, já no encerramento de seu discurso, e foi aplaudido de pé pelos líderes do G20 presentes ao evento oficial, no Rio de Janeiro.
“A fome, ela não é uma coisa natural. A fome é uma coisa que exige decisão política. Nós, governantes, não podemos olhar, o tempo inteiro, só para quem está próximo de nós. É preciso que a gente consiga fazer uma radiografia e olhar aqueles que estão distantes, aqueles que não conseguem chegar perto dos palácios, aqueles que não conseguem chegar perto de ministros, aqueles que não conseguem chegar numa escola, aqueles que são vítimas de preconceito todo santo dia”, pregou o presidente.
Aos representantes do G20, Lula enumerou as ações levadas a cabo pelo governo federal em prol dos mais vulneráveis e assegurou que, até o fim do mandato, o Brasil terá saído novamente do mapa da fome. “Meu amigo diretor-geral da FAO […] pode ir se preparando para anunciar, em breve, ainda no meu mandato, que o Brasil saiu novamente do mapa da fome”, antecipou, dirigindo-se a Qu Dongyu, chefe da agência da Organização das Nações Unidas (ONU) para Agricultura e Alimentação.
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Retrocesso neoliberal
Com o afastamento da ex-presidenta Dilma Rousseff (PT), em 2016, a população brasileira assistiu à escalada da miséria e da insegurança alimentar, consequência dos arrochos neoliberais aplicados pelos ex-presidentes Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL). No governo do capitão da extrema direita, a fila de pessoas em busca de ossos tornou-se emblemática em meio aos retrocessos aos quais o país foi submetido nesse período.
“No Brasil, quando tínhamos uma boa cama de programas interligados, e com a participação e controle social, logramos vencer a fome e reduzimos a pobreza abaixo da metade do que era em 2023, sob o comando do presidente Lula e da presidenta Dilma Rousseff, aqui presente”, lembrou o titular do MDS.
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Fontes de financiamento
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT-SP), tratou das fontes de financiamento para a consecução dos objetivos da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza e sugeriu maneiras de aperfeiçoá-las. “É imperativo nos mobilizarmos para aumentar os recursos disponíveis internacionalmente direcionados a enfrentar esses dois problemas. Precisamos buscar inovações em instrumentos de financiamento para o desenvolvimento, parcerias público-privadas, além de apoiar a reforma dos bancos multilaterais de desenvolvimento”, pediu Haddad.
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