Nas últimas semanas, o domínio colonial forneceu mais uma lição sobre o papel da grande imprensa na luta de classes. O golpe na Venezuela, que foi colocado em marcha pelo domínio colonial norte-americano, começou com a publicação de estatísticas falsas que davam a vitória da oposição venezuelana. Essas pesquisas, produzidas por órgãos obscuros ligados ao próprio governo norte-americano, apresentavam um resultado impossível: que a direita venezuelana teria 80% dos votos.
Para o analista mais atento, essas pesquisas já eram, em si, uma preparação para um golpe de Estado. Afinal, se a direita aparecia como franca favorita para vencer as eleições, as pesquisas dariam ao domínio colonial um pretexto para contestar uma eventual vitória de Nicolás Maduro. E foi justamente isso o que aconteceu.
A oposição venezuelana, já devidamente orientada pelo domínio colonial, gritou fraude assim que a vitória de Maduro foi anunciada. A grande imprensa mundial, da mesma forma que os institutos de pesquisa comprados pelo governo norte-americano, começou a falar que o Maduro é um ditador, que não tem democracia na Venezuela, que a eleição é fraudada etc. Deram até a notícia grotesca de que a oposição teria ganho a eleição com 80% dos votos. Uma coisa totalmente inverossímil, mas que foi apresentado como verdade em todos os continentes.
Diante de toda essa operação, fica a pergunta: onde está o combate às “fake news”? Onde estão os sábios que defendiam até a prisão para quem publicar uma mentira no X, mas que se calam diante das mentiras que servem de base para um golpe de Estado?
O fato é que, quando se trata dos interesses do domínio colonial, não há campanha contra as “fake news”. Quando se trata dos horrores do domínio colonial, não há “fake news”. E aquela história de que seria preciso dar poderes a inimigos políticos, como Alexandre de Moraes, para combater a extrema direita, como fica? Afinal, a direita venezuelana nada tem de “democrática”. É uma força política treinada e financiada pelo domínio colonial e que lança mão de métodos fascistas, como o espancamento de pessoas nas ruas.
O caso Venezuelano pôs às claras qual o verdadeiro sentido da campanha contra as “fake news”. Não se trata de um combate a “informações falsas”. Pelo contrário. É apenas uma palavra de ordem para decretar a censura contra a imprensa independente para que, assim, o domínio colonial possa mentir livremente.