Há poucos dias, a Nasa apresentou sua estratégia para trazer amostras do solo de Marte, correndo contra o tempo para conseguir fazer isso antes dos chineses. Para tanto, os estadunidenses têm duas estratégias, mas nenhuma mais competitiva do que a apresentada pelo país oriental até agora.
O plano original, projetado pela Nasa e pela Agência Espacial Europeia, foi considerado de difícil implementação. Com isso, outras duas opções estão sendo avaliadas e a decisão deverá sair em 2026. A estimativa é que, a depender da escolha, a alternativa pode custar entre US$ 5,8 bilhões e US$ 7,1 bilhões, enquanto a original ficaria em torno de US$ 11 bilhões.
Nesse cenário, o conselho da Nasa teve de adiar a data para o retorno das amostras de 2031 para 2040, atraso classificado como “simplesmente inaceitável” pelo administrador da Nasa, Bill Nelson.
O novo chefe da agência espacial americana, nomeado por Donald Trump, é mais um integrante do clube de bilionários a compor o governo. Trata-se de Jared Isaacman, que já liderou duas missões privadas em órbita usando foguetes da Space X, de Elon Musk, que também compõe a gestão trumpista. Antes de ocupar o posto, Isaacman declarou que nunca iria “se acomodar no segundo lugar”.
Enquanto isso, a China diz estar pronta para lançar sua missão, a Tianwen-3, já em 2028 e trazer amostras de Marte à Terra por volta de 2031, ano em que a concorrente estaria partindo.
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Segundo informou a agência Xinhua, os cientistas do Laboratório de Exploração do Espaço Profundo, na China, delinearam sua estratégia de exploração em um artigo publicado na edição de novembro da revista National Science Review. O plano inclui onde recolher amostra, o que escolher, como recolher e como utilizar os materiais coletados.
Os cientistas propuseram 86 locais de pouso em potencial, concentrados principalmente na antiga região de Chryse Planitia e na região de Utopia Planitia, que abrangem diversos ambientes geológicos, como costas antigas, deltas, lagos antigos e sistemas de cânions, proporcionando condições favoráveis para a origem e preservação da vida antiga em potencial, de acordo com o artigo.
A missão Tianwen-3 transportará cargas úteis desenvolvidas por meio da cooperação internacional, e a China colaborará com cientistas de todo o mundo para realizar pesquisas conjuntas sobre amostras de Marte e dados de detecção.
O país também planeja sondar o sistema jupiteriano para investigar a história da evolução de Júpiter e de suas luas durante sua missão Tianwen-4.
O objetivo, tanto da missão chinesa quanto da estadunidense é colher evidências de vida no planeta, meta que é central para a atual corrida espacial.
Com agências