Deputado bolsonarista Paulo Bilynskyj. Foto: Reprodução/ Platobr Politica

O deputado federal Delegado Paulo Bilynskyj (PL-SP) destinou recursos públicos a uma empresa ligada ao irmão de um de seus assessores diretos. Desde 2023, início de seu mandato, ele pagou R$ 261 mil à GPS Consultoria, Projetos e Obras LTDA, administrada por Robson Casagrande, irmão de seu chefe de gabinete, Adriano Casagrande.

Neste ano, a empresa recebeu R$ 62 mil dos R$ 190 mil que Bilynskyj já utilizou com a cota parlamentar, destinada a despesas como comunicação, transporte e alimentação. A GPS foi contratada para serviços de divulgação das atividades do deputado.

Registrada em Concórdia (SC), a empresa atua com nome fantasia de GPS Certificação Digital. Sua lista de atividades inclui desde consultoria em publicidade até cartografia e serviços de certificação digital. Robson consta como sócio desde 2015, conforme registros oficiais.

Quadro de sócios pelo CNPJ da empresa. Foto: Reprodução

A justificativa para os repasses está relacionada à produção de conteúdo para redes sociais. Segundo nota do gabinete, o trabalho envolve vídeos e materiais gráficos, com foco em engajamento digital. Afirmam ainda que o alcance do parlamentar nas redes passa de um milhão de seguidores.

Despesa declarada pelo deputado. Foto: Reprodução/ Câmara dos Deputados

A assessoria destaca que os serviços prestados estão dentro da legalidade e atendem aos critérios de transparência exigidos pela função pública. Embora afirme que a GPS já atendeu outros deputados, o site da Câmara mostra apenas vínculos com Bilynskyj em 2024.

A cota parlamentar permite a contratação de serviços de comunicação, desde que devidamente comprovados com notas fiscais e vinculados à atividade do mandato. Não há vedação explícita sobre vínculos familiares, mas o tema costuma levantar suspeitas de favorecimento.

Em nota, o gabinete reforçou que não há impedimento legal para a contratação da empresa e que todos os pagamentos seguem as normas da Câmara. Afirmou também que os serviços foram efetivamente prestados e documentados.

Até o momento, não há investigação formal sobre o caso, mas a relação entre o sócio da empresa e o chefe de gabinete do deputado gera questionamentos sobre conflito de interesses no uso da verba pública.

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Last Update: 29/06/2025