As medidas iniciais do governo eleito de Donald Trump, nos Estados Unidos, causaram um alvoroço no mundo “democrático” e, obviamente, na esquerda brasileira.
Trump fala sobre a anexação do Canadá e da Groenlândia, retomada do controle do canal do Panamá , entrega de Gaza para “Israel” e, por último, a deportação em massa de imigrantes dos EUA.
O fato é que a maioria das primeiras declarações, em grande medida, não passam de bravatas. Em relação à deportação, trata-se de medidas do governo anterior e que, aparentemente, Trump quer aprofundar. Afinal, as deportações que ocorrem neste momento estão em voga desde 2015.
Encobrir o crime do imperialismo
O que está em crise é um suposto “estado de direito”, “democrático”. Essa mentira, no entanto, procura encobrir os crimes monstruosos do imperialismo. Uma farsa levada adiante em nome da “democracia” assassina, a mesma que sustentou e apoiou o Estado sionista de “Israel”, a ocupação sanguinária do Iraque e do Afeganistão etc. – isso para dizer um pouco da história recente.
Trump é de extrema direita? Sem dúvidas. Porém, por mais absurdo que possa parecer, para uma esquerda absolutamente despolitizada, seu governo está em contradição com o chamado estado profundo norte-americano, esse, sim, composto pelos verdadeiros “senhores do mundo”.
O que fazer
É possível acreditar em Trump? Nunca. Mas, seria papel de uma esquerda que se autointitula revolucionária ser crítica com relação à situação de conjunto e não fazer coro com o imperialismo anti-trumpista em torno do que seria um mundo “democrático”.
A vitória de Trump acentua a direitização da esquerda, e caso não haja uma profunda mudança nessa política, a mesma vai pavimentar a via para a volta da extrema direita no Brasil, com ou sem Bolsonaro – algo que já está ocorrendo.