O Supremo Tribunal Federal (STF) encerrou, nesta terça-feira (10), a fase de interrogatórios dos acusados de tentativa de golpe de Estado do Núcleo 1, composto pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e generais.
A fase teve início na segunda-feira (9), com o depoimento do ex-ajudante de ordens da presidência Mauro Cid, e do ex-diretor da Abin, Alexandre Ramagem.
Nesta terça, foi a vez do ex-comandante da Marinha, Almir Garnier; do ex-presidente Jair Bolsonaro; do ex-candidato a vice Braga Netto; do ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira; do ex-ministro da Justiça Anderson Torres; e do ex-ministro do GSI Augusto Heleno prestarem esclarecimentos à Suprema Corte.
Pedidos de desculpas
O ex-ministro da Defesa general Paulo Sérgio Nogueira pediu desculpas, nesta terça-feira (10), ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, por levantar suspeitas quando o ministro ocupava a presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE)
“O senhor diz: ‘O TSE ele tem um sistema e o controle do processo eleitoral, então, como disse o presidente, eles decidem aquilo que possa interessar ou não. E não tem instância superior, e a gente fica meio que de mãos atadas esperando a boa vontade dele’”, lembrou Moraes.
O ministro relator então pediu que o réu esclarecesse a desconfiança e ressaltou que a acusação é um ataque à democracia.
Nogueira, então, se desculpou pelas palavras mal colocadas. “Eu tinha assumido o Ministério da Defesa em abril de 22, eu não tinha nem três meses de MD. Vinha do Exército Brasileiro, com 47 anos de Exército, talvez, com aquela postura de militar, e vendo aos poucos que na Defesa as coisas seriam diferentes”, justificou.
General, o ex-ministro garantiu ainda que não teve nenhuma intenção de confrontar o TSE.
Dinheiro em caixa de vinho
Preso, o general Walter Souza Braga Netto foi o único investigado que participou do interrogatório por videochamada.
Último a ser ouvido, ele negou intimidações aos chefes das Forças Armadas para pressioná-los a aderir ao conluio golpista ou mesmo ataques aos comandantes militares que negaram participação no golpe.
Em relação ao dinheiro destinado aos militares kids pretos, que seriam os responsáveis pela execução de autoridades no planejamento golpista, Braga Netto afirmou que pensou que os valores seriam destinados a candidatos do PL.
“O que tem de real aí, presidente, há um equívoco nesse ponto. O Cid veio atrás de mim e perguntou se o PL podia arrumar algum dinheiro. Era muito comum, outros políticos, através ou do presidente Valdemar, ou do presidente Bolsonaro, pediram para pagar contas de campanhas atrasadas.”
Braga Netto também negou contato com empresários, a quem teria acionado para pedir dinheiro. Também alegou desconhecer as operações Punhal Verde Amarelo e Copa 2022.
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