Cardeais reunidos na Basílica de São Pedro durante a missa que antecedeu o conclave. Foto: Divulgação

Milhares de fiéis dão plantão na Praça de São Pedro, a partir desta quarta, 7, para acompanhar a eleição do sucessor do Papa Francisco, falecido no dia 21 de abril.

A cerimônia, organizada pelo Vaticano, gera grande expectativa religiosa e também impacto financeiro, tanto para a Santa Sé quanto para o Estado italiano, que participa da operação por meio de forças de segurança e proteção civil.

Desde os Acordos de Latrão, firmados em 1929, a Itália é responsável por parte da segurança em eventos papais. Em 2005, a morte de João Paulo II e a eleição de Bento XVI custaram cerca de 7 milhões de euros (R$ 45,4 milhões, em valores atualizados), contribuindo para o crescente déficit das contas vaticanas.

Agora, sob o governo de Giorgia Meloni, a Itália já liberou recursos emergenciais para garantir a segurança da Praça de São Pedro e o apoio logístico às delegações estrangeiras. Um decreto autorizou o uso inicial de 5 milhões de euros (cerca de R$ 32 milhões), mas o custo final da operação ainda não foi estimado.

Na última vez em que um conclave foi realizado, em 2013, após a renúncia histórica de Bento XVI, o Vaticano não divulgou os gastos com a eleição de Francisco, mas registrou um déficit de 24 milhões de euros (R$ 155,7 milhões). Desta vez, as autoridades italianas devem mobilizar milhares de agentes, bombeiros e servidores públicos para garantir a ordem e evitar riscos.

Segundo o governo, 11.900 agentes de segurança foram destacados em 2005 para garantir o funeral e o conclave, número que deve se repetir ou ser ampliado diante do atual contexto político e religioso. A prefeitura de Roma também reforçou o transporte público e os serviços municipais.

Cardeais reunidos na Capela Sistina para a eleição do novo papa. Foto: Divulgação

Apesar dos custos, o conclave gera impacto positivo no turismo e no comércio local. A associação Codacons apontou que os preços de hotéis em Roma estão em níveis “estratosféricos”, com diárias entre 200 e 2 mil euros em áreas próximas ao Vaticano, muito acima da média turística habitual.

A Santa Sé, que enfrenta déficits crônicos, se recusou a divulgar os custos do conclave. O porta-voz Matteo Bruni limitou-se a dizer que não haverá patrocínios comerciais e que a organização está a cargo do camerlengo, cardeal Kevin Farrell.

Entre as despesas, estão o transporte e a hospedagem de cardeais do mundo inteiro, alimentação, montagem da Capela Sistina para o conclave e preparação da Praça de São Pedro tanto para o funeral quanto para a proclamação do novo Papa.

O Vaticano já vinha enfrentando dificuldades financeiras antes da morte de Francisco. Em 2022, o déficit da Cúria Romana foi de 30 milhões de euros (R$ 194 milhões), em um orçamento com receitas de 769 milhões. A queda nas doações e os baixos retornos de investimentos complicam a situação, agravada por escândalos de corrupção, como o que envolveu o cardeal Angelo Becciu, impedido de votar neste conclave.

Para equilibrar as contas, o Papa Francisco criou em 2014 a Secretaria para a Economia, que tenta reduzir os gastos e vender parte do patrimônio da Igreja, estimando arrecadar de 20 a 25 milhões de euros por ano. Ainda assim, o microestado segue pressionado por custos operacionais altos, principalmente com pessoal.

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Last Update: 07/05/2025