O vice-prefeito eleito de São Paulo, coronel Mello Araújo (PL), se manifestou sobre os recentes casos de abusos cometidos por policiais, classificando-os como “lamentáveis” e afirmando que os responsáveis deverão “pagar um preço muito caro”.
Ex-comandante das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota), batalhão de elite da Polícia Militar, o coronel Mello, que foi investigado por 8 homicídios durante sua carreira, destacou que os episódios de abusos cometidos por policiais refletem um “descrédito da Justiça” por parte dos agentes.
Em entrevista ao portal Metrópoles, ele afirmou que a Corregedoria da Polícia Militar é bastante eficiente, ressaltando que a probabilidade de um policial envolvido em abusos ser afastado da corporação é “gigantesca”.
Ele comentou sobre o caso de um policial preso por arremessar um homem de uma ponte durante uma abordagem, destacando que, embora condenasse a atitude, acreditava que a violência policial é alimentada por um sentimento de impunidade e descrédito na Justiça.
“Quando você prende uma pessoa e sabe que ela vai ser solta, as pessoas não acreditam mais na Justiça”, afirmou Mello, defendendo uma revisão na Lei de Execuções Penais e sugerindo que o endurecimento da legislação poderia ajudar a restaurar a confiança da população nas instituições.
A postura de Mello Araújo sobre os abusos policiais ecoou com a declaração do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que reconheceu a existência de uma crise na Polícia Militar, mencionando a falta de treinamento como uma das causas. Mello, por sua vez, concorda com o governador, sublinhando que as falhas na formação dos agentes podem ter contribuído para os recentes episódios de violência policial.
Com a posse marcada para o início do próximo ano, Mello Araújo assumirá a Secretaria Executiva de Projetos Estratégicos na gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB). A pasta, vinculada à Secretaria de Governo, será responsável por programas voltados à Cracolândia, mas o vice-prefeito eleito afirmou que sua atuação será mais abrangente, atuando em diversas áreas da gestão.
Mello destacou que Nunes lhe ofereceu outras secretarias, como Transportes, Segurança Urbana e Esportes, mas optou por uma função mais ampla, com o objetivo de poder contribuir em diversas frentes de trabalho. “Gostaria de estar em todas as áreas. Acho que consigo ajudar mais assim”, afirmou.
Aliado próximo do ex-presidente Jair Bolsonaro, Mello Araújo afirmou que mantém conversas constantes com o ex-presidente e garante que Bolsonaro não fará indicações para cargos na nova gestão municipal. Mello, que foi presidente da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp) durante o governo Bolsonaro, destacou que o ex-presidente nunca pediu cargos para ele ou qualquer outro aliado.
Sobre a campanha de Nunes, Mello defendeu a postura de Bolsonaro, classificando-o como um “camisa 10 no banco de reservas”, que, se necessário, entraria em campo. Mello também ressaltou a importância da gravação de uma live de apoio feita por Bolsonaro antes do primeiro turno das eleições, quando a candidatura de Pablo Marçal (PRTB) ameaçava o espaço de Nunes no segundo turno.
Em relação ao indiciamento de Bolsonaro pela Polícia Federal (PF), Mello Araújo defendeu o ex-presidente, acusando a perseguição sistemática e a falta de fundamentos nas acusações.
O coronel afirmou que, se Bolsonaro fosse culpado, já teria sido preso, e lamentou a perseguição contínua contra o ex-presidente. As investigações da PF envolvem alegações de tentativa de golpe de Estado, mas Mello considera essas acusações como infundadas e defende a inocência de Bolsonaro.
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