O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, conquistou mais de 5,15 milhões de votos nas eleições gerais de seu país, ocorridas no último domingo (28), sendo reeleito para a chefia da Estado da república bolivariana. O anúncio fora feito na madrugada de segunda (29), por volta de 1h (horário de Brasília), por Elvis Amoroso, presidente do Consejo Nacional Electoral (CNE), a instância eleitoral máxima do país vizinho. Seu principal opositor, o candidato apoiado pelo imperialismo Edmundo González Urrutia, teve pouco mais de 4,45 milhões de votos, 44,2% do total de eleitores que compareceram às urnas, 59% do eleitorado do país, segundo o CNE.
O resultado anunciado desmentiu supostas pesquisas de opinião reconhecidamente fraudulentas, que davam ampla vitória do candidato do imperialismo, mas que não eram outra coisa além de instrumento de propaganda contra o regime bolivariano. Ainda assim, foram usadas para toda sorte de ataques da ditadura mundial contra os venezuelanos, como a pressão exercida pela ditadura argentina, cujo governante, o golpista Javier Milei, foi ao X chamar Maduro de “ditador”, disse esperar do mandatário venezuelano um “reconhecimento desta derrota”, em mensagem publicada uma hora antes do anúncio do resultado das eleições, antecipando que não reconhecerá a derrota Urrutia e concluindo com um chamado para as Forças Armadas implementassem um golpe de Estado no país:
“O ditador Maduro, fora!!!
Os venezuelanos optaram por acabar com a ditadura comunista de Nicolás Maduro. Os dados anunciam uma vitória esmagadora da oposição e o mundo espera que esta reconheça a derrota após anos de socialismo, miséria, decadência e morte.
A Argentina não vai reconhecer mais uma fraude e espera que desta vez as Forças Armadas defendam a democracia e a vontade popular.
A liberdade avança na América Latina.”
Também no dia 28, uma manifestação da extrema direita argentina convocada pela ministra da Segurança Patricia Bullrich, cercou o prédio da Embaixada da Venezuela em Buenos Aires, sendo denunciada pelo governo venezuelano. Outros representantes da direita argentina, como o ex-presidente Mauricio Macri, também endossaram o chamado a um golpe de Estado direcionado às forças armadas venezuelanas.
Tido como “esquerdista”, o presidente identitário do Chile, Gabriel Boric, não se rebaixou a convocar um golpe abertamente como seu homólogo argentino, mas disse que não reconhecerá a vitória de Maduro:
“O regime de Maduro deve compreender que os resultados que publica são difíceis de acreditar. A comunidade internacional e especialmente o povo venezuelano, incluindo os milhões de venezuelanos no exílio, exigem total transparência das atas e do processo, e que observadores internacionais não comprometidos com o governo prestem contas pela veracidade dos resultados.
Do Chile não reconheceremos nenhum resultado que não seja verificável.”
Na contramão dos regimes capachos do imperialismo, a República Islâmica do Irã felicitou Maduro e sua vitória, reconhecendo-a como “transparente” e “democrática”, conforme nota publicada também no X:
“Parabenizamos o grande povo venezuelano e Sua Excelência Nicolás Maduro, o presidente reeleito, pela realização bem-sucedida das eleições presidenciais num ambiente seguro, pacífico, transparente, democrático e competitivo, com participação massiva e ampla do povo”.
Após ter convocado uma imensa manifestação de apoiadores ao Palácio Miraflores (sede do governo venezuelano), o presidente reeleito lembrou todo o cerco que o país sofre pela ação genocida do imperialismo, destacando porém a força da mobilização popular, fundamental para as derrotas da ditadura dos monopólios na nação vizinha:
“Não conseguiram com as sanções econômicas, não conseguiram com os ataques, não conseguiram com as ameaças, não conseguiram agora e nunca conseguirão”, disse Maduro em seu comício após a vitória.