A Central Unitária de Trabalhadores (CUT) da Colômbia iniciou na última quarta-feira (28) uma greve geral de 48 horas para apoiar a consulta popular proposta pelo presidente Gustavo Petro, visando aprovar reformas trabalhista e da saúde bloqueadas pelo Congresso. A mobilização reúne sindicatos, professores, estudantes e comunidades étnicas nos 32 departamentos do país, com marchas concentradas na Plaza de Bolívar, em Bogotá. O objetivo da greve é denunciar a obstrução legislativa de uma maioria que, segundo a CUT, protege interesses empresariais em detrimento dos direitos populares.
Quem confirma é o dirigente da CUT Fabio Arias, que declarou à rede sul-americana TeleSUR: “esta greve geral é uma forma de pressão política contra quem impede o avanço dos direitos sociais, e isso hoje representa o Congresso”. Ele destacou três objetivos: respaldar a consulta popular com 16 perguntas, incluindo direitos trabalhistas e à saúde, defender as reformas sociais de Petro e rejeitar a postura obstrucionista do Senado.
Arias afirmou: “aqui se trava uma luta política entre os interesses do povo e os da oligarquia”. Ele também acusou a extrema direita de “flertar até com golpes de Estado” contra Petro e defendeu que a mobilização busca mudar a composição do Congresso em 2026.
A reforma trabalhista pretende reverter leis neoliberais, garantindo estabilidade e pagamento dobrado para trabalho dominical, enquanto a reforma da saúde visa fortalecer o sistema público. Dados do Ministério do Trabalho colombiano indicam que 62% dos trabalhadores estão na informalidade, sem direitos. A Federación Colombiana de Trabajadores de la Educación (principal federação sindical de professores na Colômbia) promove jornadas pedagógicas para conscientizar sobre as reformas, que enfrentam resistência empresarial.